Arcoense lança seu primeiro livro, "Contos de pavor, de agonia e de amor", que é um livro de contos sombrios, dramáticos e instigantes, um livro que reúne doze histórias onde luz e trevas permeiam os personagens e os fazem amar, odiar e buscar aquilo que mais almejam, independente das consequências. Já se diz Bruno, seu autor, "que neste livro não existem amores que não possam ser conquistados. Um lugar onde sonhos e pesadelos se tornam reais e as feridas sangram continuamente e esse é o menor preço a ser pagar para calar os anseios dos corações".
O Portal Arcos entrevistou Bruno e conheceu mais sobre ele e sua obra, acompanhe:
Quem é o Bruno Wolff
Um sonhador, como qualquer pessoa. Gosto muito de ler, sempre gostei. Estou sempre buscando coisas novas para ler e aprender. Preciso ouvir todos os dias meus gêneros musicais favoritos que são o heavy metal, trilhas sonoras de filmes e música folclórica. Necessito encher meus olhos com a beleza do nosso Planeta Terra sempre que olho para os lados. Em uma conversa aprecio mais ouvir do que falar. Sou muito observador, adoro observar tudo ao meu redor. Há momentos que é essencial para mim estar comigo mesmo, ouvir meus pensamentos ou silenciá-los. Em certos dias, prefiro fazer coisas sozinho, como ver um filme ou caminhar. Me dou bem com a solidão e com companhias.
De onde surgiu o interesse e o despertar da vontade de ser escritor?
Sempre gostei de ler e ouvir histórias. Antes de entrar pra escola, ganhei um livro de uma vizinha da minha avó. Nele tinha várias histórias de animais aventureiros que minha avó lia para mim. Minha família sempre gostou de contar causos. Quando criança, à noite, eu me sentava com meu avô ou meu pai para ouvir histórias de assombrações, lobisomens, mula sem cabeça, caboclo d’agua e contos populares. Na adolescência comecei a criar minhas histórias nas últimas páginas dos cadernos de escola. Era apenas um passatempo. Mas em 2009, depois de ler O CEMITÉRIO do mestre Stephen King, comecei a levar a escrita mais a sério e, assim o interesse de me tornar escritor se formou.
Como e quando foi sua primeira iniciativa no ramo de escrita e criação de histórias?
Bem, o livro do Stephen King (O Cemitério) me deu novas inspirações e direção. Assim, criei um blog para postar minhas histórias e o divulguei excessivamente e o resultado foram muitos seguidores e comentários positivos. Descobri naquele mesmo ano de 2009 as maravilhosas antologias que várias editoras abrem para dar oportunidade para autores novos. Passei então numa seletiva e em 2010 vi meu primeiro conto ser publicado numa antologia. As antologias que foram surgindo e o meu blog sempre crescendo, fizeram com que eu estivesse sempre escrevendo e me envolvendo mais com esse universo.
Você teve e tem alguma referência como autor?
Sim, tenho várias. Stephen King é a minha maior referência. Esse cara escreve muito, tem dezenas de livros e sigo lendo e relendo suas tramas tanto para lazer quanto para buscar inspiração. Horacio Quiroga também é referência com seus personagens que carregam um grande infortúnio, são muito reais. Tenho também a genial J. K Rowling, Álvares de Azevedo, H. P Lovecraft, Poe, André Vianco, Joe Hill, os contos de Machado de Assis. Bem, são muitas e a lista está sempre crescendo.
Como é conciliar o trabalho de escrita com possíveis situações de bloqueio de criação e desenvolvimento?
Não me pressiono e não sou pressionado a escrever. Faço porque amo e crio tanto quanto posso. Consigo escrever e manter a inspiração por vários dias, mas quando surge algum bloqueio, busco inspiração em livros, nas músicas, na contemplação ou no silenciamento da minha mente. Isso costuma funcionar bastante.
O que significa para você ser escritor, e levar suas histórias para o público?
Eu penso que todos nós temos a necessidade de contar histórias. Quem passa um dia sem contar para alguém algum fato que lhe aconteceu, suas experiências, sonhos, medos, alegrias e tristezas? Todos nós somos contadores de histórias e estamos sempre buscando por elas também, sejam nos livros, nos filmes, nas novelas ou com o vizinho. Todos temos histórias para contar. São elas que nos trouxeram para este presente, o contar, recontar, inventar e trocar experiências. Desde crianças somos apresentados aos contos de fadas, lendas e etc, e é ai que pegamos o gosto pela coisa. O meu meio de contar histórias é escrevendo-as, inventando-as. Elas dançam num redemoinho de palavras em minha cabeça. O que faço é coreografá-las e transformá-las na minha própria maneira de contador de histórias. Tenho como inspiração as pessoas, as artes, minha própria existência etc. Toda história de ficção tem um fundo de verdade e podemos tirar todo o bom proveito que cada uma delas tem para oferecer.
Quais seus objetivos como escritor? Seus grandes sonhos?
Os livros sempre me entretiveram, me ensinaram, encantaram, ajudaram a aguçar meus sentimentos, fizeram esquecer por horas meus problemas. Me ensinaram também a sonhar, e a não temer a solidão. Às vezes, na calada da noite mais escura, estando sozinho, um livro pode segurar sua mão e te levar a ter experiências maravilhosas e fazê-lo ver o mundo com outros olhos. Como escritor, meu objetivo é transmitir tudo isso aos meus leitores. Ser uma luz na escuridão.
Deseja escrever mais livros e tem algum gênero que você se identifica mais? (Ex:suspense, drama, etc)
Comecei com a escrita seriamente há doze anos e não consigo imaginar minha vida sem essa arte. Eu sempre vou escrever. Há muitas histórias para vir à luz. Existem inúmeros personagens sussurrando em minha mente querendo que eu escreva suas histórias. Esses personagens foram criados através dos olhos com que vejo o mundo. Quanto ao gênero que mais me identifico, gosto muito de histórias estranhas, fantásticas, que fogem do nosso convencional. Seres fantásticos, criaturas de luz e sombras estão em maior número em minha mente desejando se fazerem existir através das palavras, para entrarem na vida de personagens tão reais quanto eu e você. Há sempre a possibilidade de surgir outros personagens que desejem que suas histórias sigam outros gêneros literários como o policial, realista, humorísticos, infantis. É tudo uma questão do que os meus sentidos captarem e quiserem criar e transformar.
Nos conte sobre seu primeiro livro.
Contos de Pavor, de Agonia e de Amor é meu primeiro livro solo e foi lançado em fevereiro de 2021. Nele há 12 das minhas histórias prediletas que escrevi de 2009 a 2019. É um livro com sentimentos, onde os três que dão nome ao livro estão mais presentes. Os personagens nele tendem a viver o luto, o amargor da solidão, paixões desenfreadas, a fuga da realidade, enfim, são personagens que experimentam na maior parte os piores momentos. Tudo isso com um plano de fundo sobrenatural, então é possível os personagens entrarem em conflito com o extraordinário como assombrações, demônios e monstros.
De onde surgiu a inspiração para o livro?
Certamente foi dos livros que li, das histórias assombrosas que ouvi, das músicas que aprecio e a nossa condição humana.
Como foi o início para a escrita, criação de personagens e enredo?
Foi um árduo caminho. O que me fez acreditar nesta obra foram as pessoas que leram e comentaram no meu blog, na época em que postava. Aprendi muito com eles. O fato de ter o hábito da leitura desde criança, facilitou com a narrativa. Os livros que lia, os do Stephen King por exemplo, me deram a direção do tipo de histórias que queria contar. Mas nunca é fácil compor uma história. Tudo é difícil, do começo ao fim. Há aquela vozinha crítica no ouvido que diz que isso é uma perda de tempo e que ninguém lerá o que estou escrevendo. Há sempre um trabalho exaustivo de reescrever e revisar depois. Assim como todo trabalho, é algo que exige cem por cento do nosso envolvimento. Mas existe aquele prazer de sentar-se diante do computador e deixar a imaginação ir longe, é um prazer indescritível. Na caminhada da escrita me envolvi com os personagens; eles se tornam parte da minha vida e tomam uma boa parte dos meus pensamentos até hoje, chego até a sonhar com eles. Os enredos surgiram, na maioria das vezes, em horas inesperadas, então eu os anotava e guardava para trabalhar neles depois. Quando me sentava para escrever, já tinha em mente o caminho que queria seguir em cada conto.
Como foi o processo de criação de capa?
A editora me deu toda a liberdade para criar a capa. Eu quis algo sombrio, que mexesse com o imaginário das pessoas. A capa é uma caveira fantasmagórica observando do espelho, ela me faz pensar: ela está observando de dentro ou é um reflexo? É algo um tanto macabro, mas que ilustra bem o que é o interior dos personagens do livro.
Qual era a sensação no início de quando começou o livro e agora que terminou e o lançou para público?
Foram várias sensações e sentimentos como: ânimo, fé, coragem, alegria e esperança, mas também de insegurança, medo e aquela ideia de que poderia ter feito melhor. A composição de um livro é uma mistura de sentimentos que não necessariamente costumam ser só dos melhores. Eles mudam constantemente, independente da fase em que ele está. Mas agora que o livro está finalizado e disponível para ser lido em forma impressa e em e-book, me sinto realizado, animado e esperançoso.
O que “CONTOS DE PAVOR, DE AGONIA E AMOR” mudou na sua vida e o que ele representa hoje?
Ele me fez ver a enorme quantidade de pessoas boas que existem no mundo. Pessoas que somam para que seu sonho seja realizado, que acreditam e têm sempre uma palavra de coragem e de ânimo. Ele me fez ver também que quando desejamos ardentemente uma coisa, o universo se programa para que aquilo dê certo, então ele indica os caminhos necessários a trilhar para que os objetivos sejam alcançados. Então, ele representa a fé concretizada e a soma de esforços.
Como foi para você o lançamento e os feedbacks sobre seu primeiro livro?
Por conta da pandemia não teve o lançamento que planejava. Iria fazer um evento numa loja na minha cidade atual, Araraquara. Estou divulgando-o tanto quanto posso na internet e recebendo ajuda da editora e dos amigos para isso. Algumas pessoas já leram o livro e as impressões têm me deixado bastante feliz.
O livro tem continuação? Caso sim, vamos conversar sobre?
Cada conto deste livro tem começo, meio e fim, então as histórias estão completas. Mas alguns personagens podem desejar aparecer em histórias futuras, podendo ter ou não alguma ligação com as do livro. Isto já até aconteceu, em Contos de Pavor de Agonia e de Amor, aparece um palhaço esquisito que troca partes do corpo de uma pessoa por algo completamente aleatório e anormal. Este palhaço já apareceu em outra história que foi publicada em uma antologia há alguns anos.
Tem algum sonho de adaptação para “CONTOS DE PAVOR, DE AGONIA E AMOR”?
Não é algo que penso muito. Seria interessante ver algumas histórias sendo adaptadas. Penso que funcionariam muito bem e seria delicioso ver alguns personagens nas telas como o roqueiro Lázaro, o estranho Jonathan, a esposa morta Lídia, o Palhaço... Acho que faz parte dos sonhos de qualquer escritor ter sua obra adaptada, mas para mim é um sonho distante.
MOMENTO DO AUTOR
Peço a você que leu até aqui que dê uma chance para este livro. Se deseja ler histórias sombrias, com personagens genuinamente humanos tendo suas vidas surpreendidas por criaturas sobrenaturais, então este é o livro. E se após a leitura se sentir ávido por mais, já fique sabendo que ainda tenho vários contos inéditos e um livro em forma de romance prontinho, estão só esperando para verem a luz do mundo. Ainda há muitas histórias para serem escritas e elas não vão me deixar em paz enquanto eu não as escrever. Sempre surgirão mais (risos). E caso você não tenha ainda o hábito da leitura, se dê uma chance! Leia muitos livros, de vários autores e gêneros. Deixe sua mente se deleitar com as delícias das inúmeras composições de palavras. Há mundos e personagens interessantíssimos por aí esperando um encontro com você. A leitura deixa a vida mais inspiradora e proveitosa. É só dar uma chance, criar o hábito e deixar a magia imaginativa envolver você. Quem sabe você até encontre o Max por aí (personagem — enigmático ou não — do livro que leva leitores ao mundo físico dos livros). Se você já é um leitor formado, desejo que sigamos sempre nesta jornada, inspirando sempre outras pessoas a lerem bons livros. Obrigado ao Portal Arcos pelo espaço, especialmente ao Renato pela atenção. Que Deus os abençoe e o universo facilite seus caminhos. Desejo ver você no Contos de Pavor, de Agonia e de Amor. Você o encontra em e-book na Amazon (gratuito para assinantes do Kindle Unlimited) e em formato físico através do site da Editora BrunsMarck. Que haja luz. Para todos!
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