• 29/03/2024
13 Fevereiro 2020 às 19h04
Atualizada em 27/05/2022 às 14h11
Fonte de Informação: Lourdes Rabelo Gomes - TEAcolhe

Inclusão escolar de pessoas com TEA

    Sabemos, por lei, que a educação é direito de todos e que é  a base de toda construção social, intelectual e crescimento individual. Logo, se a criança for estimulada a descobrir seu potencial desde cedo, suas dificuldades deixarão de existir em tudo o que ela fizer.


     Caso seja comprovada a necessidade do professor de apoio às atividades de comunicação, interação social, locomoção, alimentação e cuidados pessoais, a instituição de ensino, em que a pessoa com TEA estiver matriculada, deverá solicitar às autoridades responsáveis a  disponibilização do  acompanhante especializado no contexto escolar, nos termos do  parágrafo único do art. 3º da Lei no 12.764, de 2012. Devendo-se garantir esse profissional da educação especial desde a Educação Infantil até a Educação Superior. Os professores devem ser especializados para uma boa mediação pedagógica perante as competências do aluno, como também estar atento à rotina do aluno, que deverá ser adaptada de acordo com  a sua individualidade.


    O acesso de crianças com TEA (Transtorno do Espectro Autista)  à rede regular de ensino pode promover grandes avanços em seu desenvolvimento, principalmente quando há profissionais capacitados.  Ainda que seja muito difícil a interação de crianças com TEA, não quer dizer que seja impossível.  Em muitos casos analisados, a maioria apresentou resultados que trouxeram benefícios para a criança, como a melhora significativa da concentração nas atividades propostas, bom relacionamento com os colegas e atendimento às atividades propostas. Outro ponto positivo foi a busca de formação continuada dos professores, que automaticamente proporcionam  um grande avanço  na inclusão escolar. 


    Crianças com TEA possuem  problemas que interferem em seu aprendizado, como: condutas atípicas, agitação, desatenção, foco restrito de interesse e atenção, socialização, impulsividade, comunicação, alteração de humor e ansiedade, fixação em rotinas. O professor, então, deve trabalhar seus medos, ansiedades  a fim de conhecer melhor a respeito de seus alunos com autismo, especialmente, em relação à comunicação. É preciso que todos  conheçam os conceitos de cognição, de neurociência, do processo de aprendizado e que as práticas que já possuem possam colaborar, já que essas crianças apresentam déficit em funções executivas que envolvem principalmente o planejamento e a flexibilidade. Estabelecer rotinas em grupo e ajudar o aluno a incorporar regras de convívio social são atitudes de extrema importância para garantir o seu desenvolvimento escolar.


    Também cabe à equipe escolar identificar as potencialidades desses alunos, investir em ações positivas que estimulem sua autonomia e  fazer o possível para conquistar a confiança da criança. Além de promover um espaço de aprendizagem na autonomia, incentivando o aluno a sempre estar envolvido socialmente, é fundamental trabalhar com a Tecnologia Assistiva voltada à Comunicação Alternativa, principalmente com autistas não verbais. Os alunos com TEA  costumam procurar pessoas que sirvam como 'porto seguro' e encontrar essas pessoas na escola é fundamental para o seu desenvolvimento. 


     Pensar em incluir é enriquecer e diversificar o processo ensino/aprendizagem, sempre buscando estratégias que promovam resultados. Sabemos, portanto, que um indivíduo com TEA é considerado deficiente, logo o ambiente em que está inserido deve ser adequado às suas necessidades. Currículos, métodos, técnicas, recursos devem ser adaptados de acordo com tais necessidades. As avaliações devem ser flexíveis, utilizando diversos recursos visuais, auditivos, orais e devem ser, periodicamente, avaliados junto à família do aluno. É necessário estar atento também aos estímulos muito exagerados, como também à quebra da rotina da escola, a fim de evitar crises desnecessárias do aluno.
Não podemos esquecer da importância dos atendimentos individualizados dos quais o aluno pode se beneficiar, como a sala de recursos, tratamentos na área de saúde -  fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos  - que são grandes parceiros no desenvolvimento escolar do aluno com TEA.


      Promover a inclusão significa uma mudança de postura e de olhar em relação à deficiência,  criando  possibilidades para que todos possam obter sucesso em  seu desenvolvimento escolar.  Por meio da inclusão, temos oportunidade de preparar nossas crianças para a vida em comunidade, os profissionais melhoram suas habilidades e a sociedade passa a trabalhar de forma  igualitária para todas as  pessoas,  promovendo a paz social.

 

Lourdes Rabelo Gomes- TEAcolhe

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