• 14/05/2024
23 Dezembro 2021 às 17h59
Atualizada em 23/12/2021 às 17h59
Fonte de Informação: Redação - Cecília Calixto

Presidente reeleito na Câmara fala sobre os trabalhos de 2021 e sobre as metas do próximo ano

Em entrevista ao Portal Arcos, Ronaldo Ribeiro, falou sobre a redução do subsídio, transporte coletivo, castração de animais e complemento de aposentadoria

Após um ano como presidente da Câmara Municipal, Ronaldo Ribeiro, foi eleito novamente – na reunião ordinária realizada no dia 13 de dezembro – como novo presidente do legislativo para a gestão de 2022. Ele é o primeiro presidente da Câmara a ser reeleito por meio de votação.

Para um pouco mais sobre sua gestão e sobre as metas para o próximo ano, a reportagem do Portal Arcos entrevistou Ronaldo Ribeiro.   

 

Reportagem: Quais foram os principais trabalhos desenvolvidos na gestão 2021? E quais foram as principais metas alcançadas?

Ronaldo: “No funcionamento da Câmara, a gente mudou a forma de fazer o processo de compra, a gente passou a comprar com registro de preço, e isso gerou mais economia pra Câmara. Agora, no que tange de trabalhos na política, a gente auxiliou muito na questão da pandemia. Sempre, na aprovação dos convênios, todos os vereadores ajudaram muito a gente. Desde o início do ano estamos brigando por causa da BR-354. Nós tentamos marcar com o pessoal do Denit para conversar, tentamos ir a Belo Horizonte recentemente. E nós conseguimos por meio do Deputado Arantes, conversar no DER e no Denit, aí já surtiu mais efeito e nós tivemos uma luz. Queremos mostrar pra eles que nós temos muitos problemas aqui, como BR e Ferrovia. Então, neste ano nós nos empenhamos muito nesta questão da BR-354”.

 

Reportagem: E como foi o trabalho desempenhado pelos vereadores neste ano?

Ronaldo: “Com relação à cidade, acho que todos os vereadores andaram muito para fiscalizar em toda a cidade. Vimos que têm muitos problemas e que muitas coisas também melhoraram, mas, que temos vários problemas e vários desafios para os próximos anos. Um deles é sobre a questão dos lotes sujos e da limpeza urbana que precisa melhorar muito ainda. O pessoal que trabalha sempre está se desdobrando, mas precisa de mais mão de obra e mais investimento ferramental”.

 

Reportagem: Neste ano, qual foi o projeto ou o trabalho desenvolvido pela Câmara que mais te marcou ou que foi mais importante?

Ronaldo: “Até a última segunda-feira era um só, que é a questão dos Capacetes Elmos. Eu acho que foi um gol de letra. Em uma noite tinha falecido um amigo meu e eu estava conversando com o Dr. Welliton e eu o perguntei se havia alguma coisa que nós pudéssemos fazer. Medicamento não tem, vacina ainda não estava chegando, então ele falou sobre o capacete Elmo, que já estava sendo utilizado no Nordeste do país. Eu fui pesquisar e eu descobri que a FIEMG tinha capacetes para fazer doação, então uma empresa fazia a doação para a FIEMG, passando o valor, e a FIEMG compra os capacetes e repassa para a instituição indicada pela empresa. Em cinco dias eles já estavam comprados pela CSN, e na semana seguinte eles chegaram e as pessoas começaram a utilizar na Santa Casa”.

“Mas, no dia 12 de dezembro, eu e os vereadores Calixto e Letinho e o prefeito Baiano fomos conversar sobre a questão da defensoria pública. Estivemos lá com o Dr. Jério. Nós mostramos e levamos a dificuldade do município que, desde 1999, não conta mais com esse serviço para a comunidade. Até então ele era suprido pela PUC, mas com a possível saída dela isso, em quatro ou cinco anos, vai terminar. Com a defensoria, nós vamos economizar, no mínimo, uns R$30 mil por mês de pagamento de honorários para o advogado nomeado e também será dada uma celeridade maior nos processos. A princípio, o que nos foi falado pelo Dr. Jério é que eles vão tentar pegar um defensor público que atende em Formiga e Iguatama. Então, já que ele passa na porta de Arcos para atender Iguatama, perguntamos se ele poderia também atender em alguns dias aqui em Arcos. Então, assim que iniciar o ano, nós cremos que poderemos contar com este defensor”.

 

Reportagem: Qual o valor total que a Câmara Municipal conseguiu economizar este ano e que retornaram aos cofres públicos?

Ronaldo: “Nós devolvemos R$820 mil (que foram R$520 para a Santa Casa, R$100 mil para aquisição de um veículo para uma entidade do município e R$200 mil para o aumento do Sistema de Olho Vivo). E nós temos a esperança, havendo a possibilidade, de expandir isso até para as comunidades rurais, assim como aconteceu no Distrito da Ilha. Nós devemos devolver ainda em torno R$1,5 milhão para o município, totalizando com o que a gente já devolveu, cerca de R$2,3 milhões”.

 

Reportagem: De quais formas esse dinheiro poderá ser usado?

Ronaldo: “Em conversa com os vereadores, nós vamos solicitar do executivo que ele invista uma parte do valor na manutenção da usina velha; que invista também nas especialidades como cardiologia, pediatria e geriatria também; aquisição de materiais de construção para reforma de casas; e a aquisição também, talvez, de um novo equipamento de Raio-X. É importante ressaltar que o duodécimo, quando cai no caixa do município, ele cai em um caixa livre, com isso o prefeito não tem obrigação nenhuma de fazer essas reivindicações. Nós só podemos oficiar ele, informando a forma ao qual a Câmara gostaria que ele utilizasse a verba. Então, ele não tem obrigatoriedade de fazer”.  

 

Reportagem: Qual o valor aprovado para o Orçamento da Câmara em 2022?

Ronaldo: “R$4.284.000,00. Teve um aumento de 84 mil reais”.

 

Reportagem: Em 2020 foi aprovada na Câmara Municipal a redução do subsídio dos vereadores de R$6.149,00 para R$1.229,00. O texto previa que esta medida valeria até dezembro de 2024, mas, existe a possibilidade que os vereadores venham aumentar este valor nos próximos anos, ou no ano que vem?

Ronaldo: Não tem como a gente mudar o valor, pois, isso teria que ter sido feito seis meses antes das eleições. Apenas seis meses antes das próximas eleições municipais, pelo regimento, nós temos que refixar esse subsídio.

 

Reportagem: Você acha que este valor de R$1.229,00 é o valor adequado para os trabalhos que são desempenhados por um vereador?

Ronaldo: “Pra ser sincero eu fico com medo dos próximos anos, não só aqui na Câmara, mas também no executivo, na questão de secretariado. Porque é um trabalho muito sério. Eu preferiria que fosse um valor mais adequado, pelo menos uma razoabilidade, para dar condição do vereador, pelo menos, dedicar ao trabalho porque eles precisam dedicar. Eu, por exemplo, estava em outro emprego e eu tive que abandonar para lidar e dar conta do serviço que tem aqui. Quem está por fora acha que não fazemos nada, mas, trabalhamos muito. Então, se for para trabalhar muito o valor é pouco. Agora, se for pra vir apenas um dia na reunião, aí é muito”.

 

Reportagem: No dia 12 de novembro foi realizada na Câmara uma reunião com os protetores de Animais em Arcos, onde eles fizeram várias solicitações para o legislativo e o executivo. Entre as reivindicações estava o aumento do número de castrações. O que foi ou será feito pela Câmara para solucionar essa questão das castrações?

Ronaldo: “Nós realizamos uma reunião com as protetoras e trouxemos até a Joelma que é do Meio Ambiente, para estar acompanhando e conversando com elas. Pois, elas apresentavam demandas que não chegavam até a Joelma, então nós fizemos essa ponte de ligação. Nós conseguimos o aumento do número de castrações, que não é o ideal ainda e precisa melhorar muito. Pois, o único recurso que a gente acha que dará uma dignidade melhor para a população de animais em situação de rua, é a castração deles. Inclusive, nós aqui da Câmara já destinamos um valor das emendas impositivas para aumentar no valor que a Prefeitura tem disponível para fazer essa política de saúde”.

 

Reportagem: O município de Arcos está sem o fornecimento do transporte público coletivo desde o início do ano. Foi praticamente um ano em que a população ficou totalmente desassistida pelo serviço. De qual forma o legislativo trabalhou para cobrar o retorno desse serviço? O legislativo ainda continua acompanhando essa questão?

Ronaldo: “Nós fizemos uma audiência pública, levantada pelo vereador Letinho, onde foram repassados vários problemas em decorrência dessa falta de transporte. Vale ressaltar que até então ele não tem uma normatização. O transporte era prestado por uma empresa e o município deixava, não tinha contrato, nem nada. Parece que o Ministério Público estava até em cima por causa disso e fez uma recomendação também ao município para voltar o transporte, porque é um direito Constitucional e é obrigação do município ter esse serviço ou terceirizá-lo. Parece que vai ter licitação agora, no início do ano”.

“Agora na pandemia, essa questão do transporte piorou muito, pois as pessoas arrumaram outros meios de locomoção como bicicletas, motocicletas, moto-taxi e transporte por aplicativo. Mas, ainda há um número muito grande de pessoas que ainda necessitam do transporte coletivo. Nós levamos algumas ideias para o município e o município acatou algumas, porque a cidade precisa muito, pois a expansão demográfica de Arcos é enorme. Então a Câmara está empenhada e está cobrando sim e eu creio que em janeiro sai esta licitação. E nós esperamos que apareça empresas interessadas também”. 

 

Reportagem: A Câmara de Arcos continua acompanhando a questão do complemento de aposentadoria dos servidores municipais? A que ponto já está esta questão?

Ronaldo: “O complemento será julgado agora em janeiro. Esse é um problema herdado, que nós conversamos com várias pessoas, como o pessoal do sindicato e é um problema que vai impactar muitas famílias. Eu creio que será julgado inconstitucional, porque em conversas com juízes e com advogados eles disseram que para você nominar uma rua você precisa de quatro a cinco folhas na lei e a Lei do Complemento tinha apenas duas folhas. Então foi algo muito mau feito e mau escrito lá atrás e que está impactando hoje”.

 

Reportagem: Esta é a primeira vez que um presidente é reeleito na Câmara Municipal?

Ronaldo: “Teve duas pessoas que continuaram em anos seguintes, mas sem ter votação. Foi o José Ronaldo de Sales e a Maria Marlene. Reeleito mesmo foi só eu, eu fui o primeiro, porque os outros não tiveram votação, eles apenas continuaram no cargo”.

 

Reportagem: Quais os seus planos para o exercício de 2022? Já tem algum projeto que você pretende sugerir para o próximo ano?

Ronaldo: “Um dos grandes desafios para o ano que vem é a mudança do Plano Diretor e a questão do Chacreamento. Acho que precisávamos dar uma revisão também na nossa lei orgânica, mudar e acertar algumas coisas que ainda estão pendentes. Mas, acho que isso e essas outras duas coisas não saem do papel no ano que vem, acho bem difícil só para o ano de 2022, pois, vai demandar muito debate, mas nós estamos empenhados. Queremos continuar trabalhando com o diálogo, já que a gente tem essa continuidade aqui na Câmara”.

 

Reportagem: Como está sendo para você, poder ter esta oportunidade de estar à frente do legislativo, como presidente, em 2022?

Ronaldo: “Pra mim eu acho que quadruplica a responsabilidade, pois, nós sabemos das dificuldades, principalmente sobre essa questão do subsídio que impacta muito em casa e na família. Mas, a gente gosta de política, a gente gosta de tentar fazer o bem comum. Eu fiquei muito satisfeito com os sete votos que eu tive, pois, isso mostra que a gente está no caminho certo. No caminho do diálogo e da pacificação da política, pois Arcos merece ter uma tranquilidade na política. É necessário haver debates, pois no passado teve muito grito e pouca solução, pouca construção nos últimos anos. Não estou falando de vereadores, estou falando no geral. Mas, eu acho que o município precisa dessa tranquilidade, principalmente, agora que estamos saindo dessa pandemia, todo mundo está muito assustado com tudo isso que a gente viveu nesses últimos dois anos, eu creio que a tranquilidade é uma palavra de ordem e a pacificação. Agradeço aos vereadores pelo apoio e a todos os funcionários aqui da Câmara que foram muito essenciais nesse período nosso de aprendizado”.

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