• 24/04/2024
15 Maio 2020 às 11h50
Atualizada em 15/05/2020 às 11h54
Fonte de Informação: Por Herivelto Rodrigues Soares

Falando de Finanças - e agora?

Por Herivelto Rodrigues Soares
Herivelto Rodrigues Soares

Caros leitores,

 

Alguns de vocês podem estar se perguntando: e agora?

 

Com a SELIC a 3,00% ao ano, o que fazer? Na matéria anterior, quando a SELIC ainda estava em 3,75%, falei um pouco sobre o assunto e chamei a atenção para os depósitos em caderneta de poupança anteriores a 04/05/2012. Estes rendem 0,5% ao ano e só devem ser retirados se o poupador tiver opção melhor de investimento financeiro ou se precisar dos recursos para alguma aquisição/despesa.

 

Agora, com a SELIC a 3,00%, além de reforçar o argumento acima, torna-se ainda mais desafiador para o investidor conseguir rendimentos acima da inflação. Como a poupança atual rende 70% da taxa básica da economia (SELIC a 3%), significa que o rendimento anual desta aplicação será, até então, em torno de 2,10%.

 

Digo até então, porque, na reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) do dia 06/05/20 em que se definiu a nova taxa SELIC, também foi sinalizada mais uma possível redução na próxima reunião em junho/2020. Assim, com uma inflação anualizada em torno de 2,5% ao ano (IPCA últimos 12 meses = 2,40%), se houver uma nova redução da SELIC, podemos ter pela primeira vez uma situação de juros reais negativos para algumas aplicações financeiras conservadoras.

 

Portanto, se antes o desafio era conseguir rendimentos acima da inflação, com os novos patamares de juros, o desafio poderá ser conseguir a menor perda possível em juros reais. É uma situação atípica e que exige de todos uma avaliação de sua situação financeira. Em alguns países do mundo, especialmente os de economia mais desenvolvida, a exemplo do Japão e alguns países da Europa, os juros negativos já são realidade. Imagine colocar seu dinheiro em um banco e receber de volta um valor menor? Ou seja, você paga para o banco guardar seu dinheiro.

 

Portanto, nesta nova situação, se você tem dívidas/financiamentos/empréstimos, minha sugestão é que verifique as taxas contratadas, procure os credores e veja se consegue renegociar os contratos a juros menores, condizentes com as taxas de mercado. Se você não conseguir renegociar com o mesmo banco/credor, poderá avaliar a possibilidade de portabilidade, que é a transferência de sua dívida para outra instituição financeira, se conseguir condições melhores. Se você não tem dívida, mas está pensando fazer, avalie bem o momento e as condições ofertadas. Atenção para não contrair uma dívida de longo prazo a uma taxa que poderá colocar você em situação difícil no futuro.

 

Agora, se você tem recursos disponíveis/aplicados, melhor para você. Aí, o cuidado que deve ter é em alocar tais recursos com segurança, se possível com boa liquidez e melhor ainda se conseguir rendimentos acima da inflação, como dito acima. Para isto, a recomendação da maioria dos analistas de mercado, a qual endosso, é a diversificação de produtos financeiros e, se for o caso, até de entidade financeira. O mercado está repleto de produtos de diversos valores e para todos os perfis de clientes. Podemos citar entre eles CDB, LCI, CRA, CRI, PREVIDÊNCIA, TESOURO DIRETO, FUNDOS DIVERSOS e AÇÕES. No entanto, não é muito simples entrar numa aplicação nova e desconhecida. Se for este o caso, minha sugestão é que procure o gerente de sua conta e analise as melhores opções para você, de acordo com seu perfil de investidor (lembra?).

 

Com o propósito de contribuir com a educação financeira dos leitores, sugiro um produto simples, adequado a todos os perfis de clientes e fundamental para uma reserva futura. Pode ser um valor pequeno mensal e que no longo prazo se tornará uma reserva importante para a educação de um filho, para aquisição de um bem ou a longo prazo um reforço para a aposentadoria. Estou falando da PREVIDÊNCIA PRIVADA. Quase todas as instituições financeiras têm e serve para todos os valores, inclusive para planejamento sucessório (valor a deixar para algum beneficiário sem ser incluído no espólio). A PREVIDÊNCIA com contribuição mensal, além de fortalecer o conceito e o hábito da poupança mensal de parte dos rendimentos, poderá ser utilizada como forma de ensinar os filhos a pouparem desde novinhos. Com pequeno valor mensal, aproveitando as mesadas e presentes dos avós/parentes, a criança aprende a colocar um pouquinho todo mês na sua aplicação. Isto, com certeza fará muita diferença na vida e na educação financeira deste jovem. Educação financeira é fundamental em todas as classes sociais.   Mas, chamo a atenção aqui também. Todo produto deve ser bem analisado e entendido antes de comprar (taxa de administração, rendimentos, prazos, composição dos fundos, idoneidade da instituição......).

 

Como dito na matéria anterior, minha intenção é contribuir para uma avaliação/discussão sobre finanças por meio deste PORTAL. Estamos todos passando por uma situação difícil, na qual precisamos cuidar da saúde nossa e de nossa família. No entanto, uma boa gestão e equilíbrio financeiro são fundamentais em qualquer tempo. Continuarei com esta coluna se assim, vocês leitores, o desejarem. Portanto, críticas e sugestões de temas são bem-vindos.

 

 

Até a próxima.

 

 

 

Herivelto Rodrigues Soares

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