• 25/04/2024
23 Março 2020 às 19h13
Atualizada em 04/05/2020 às 07h21

Ser mulher e mãe

   Desde 1975, no dia 8 de março, comemora-se o Dia Internacional da Mulher, pode-se dizer que os direitos da mulher avançaram consideravelmente neste último século, desde o direito a ter uma conta em banco (1915), perpassando pelo direito ao voto (1934) e ao direito de trabalhar, sem depender da autorização do marido (1962), para citar algumas das inúmeras conquistas. Nota-se que, ainda, há um longo caminho a ser percorrido, contudo, sabe-se que esse é o caminho certo.


   Mas, afinal, o que é ser mulher? É viver em busca de um equilíbrio constante entre a independência e a pressão, é sempre ter sua competência medida. É ser desafiada a equilibrar-se frente às exigências do mundo contemporâneo . A mulher saiu do lar para conquistar o mundo e isso traz desafios. É viver se multiplicando para conseguir organizar-se frente às exigências da sociedade. É ser dona de casa, funcionária, esposa, amiga, filha, irmã e, dentre tantos outros papéis, um dos mais exaustivos, mas também o mais gratificador: SER MÃE !


    Dizem que a experiência de ser mãe transforma toda mulher, mas é preciso que seja respeitado o direito daquelas que optam em não ter filhos, pois, SER MÃE é uma escolha. Ao nascer de um filho, nasce uma nova mulher, e como esse papel é ininterrupto, muitas vezes, a mulher acaba deixando de lado seus outros papéis. Na maioria das vezes, isso ocorre sem que a mulher perceba.


     E quando esse filho apresenta algum transtorno e/ou deficiência, como o Transtorno do Espectro Autista, a situação torna-se ainda mais desafiadora. Geralmente, as mães assumem as tarefas de acompanhar o filho nas terapias, médicos, escola, reuniões, tendo que abrir mão de um trabalho formal ou tendo que se reorganizar para adaptar-se a essa nova rotina. Outras vezes, a mãe acaba se fechando em sua casa, para evitar conflitos sociais, decorrentes da incapacidade da sociedade em ter empatia com as características de seu filho. Com o tempo, a situação pode se agravar, levando a problemas conjugais ( provenientes da falta de apoio do parceiro nos cuidados com o filho e/ou divergências de opiniões no manejo da situação) e com a família em geral (ligadas às dificuldades de aceitação do diagnóstico e das características daquela criança). Por fim, nota-se uma sobrecarga emocional em cima da mulher- mãe, que acaba tendo sua saúde psíquica afetada, em muitos casos.

 

    Mas, as mulheres que tanto já conquistaram ao longo do tempo, precisam reagir a mais essa situação. Para promover sua saúde e, consequentemente, a de seu filho, é preciso que ela reserve um tempo em sua agenda carregada de compromissos maternos para cuidar-se: sair com as amigas, conversar, sair apenas com o marido, praticar atividade física, ler um livro, cuidar de sua saúde física e mental e permitir-se viver outras experiências que a tornaram mais forte, inclusive para exercer o papel de mãe.


   Mães, os seus filhos precisam de vocês, mas eles precisam de que vocês estejam bem com vocês mesmas, enquanto mulheres. Portanto, cuidem-se!

 

Karina Fátima Aparecida da Silva, Psicóloga atuante na Apae de Arcos e em consultório particular, pós-graduada em Psicopedagogia e Educação Especial, voluntária da TEAcolhe (Associação de Apoio aos Familiares de Autistas).

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