• 03/05/2024
14 Março 2023 às 09h09

Depressão: a insatisfação da alma!

A depressão é uma das enfermidades vinculada aos transtornos de humor ou transtornos afetivos, descritos na CID 10 - Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento, que vão desde os episódios maníacos, afetivo bipolar, depressivo e outros transtornos do humor (F30 a F39). (1)Ou seja, é uma oscilação do humor e do afeto na pessoa, alterando suas atividades diárias e maneira de valorizar sua realidade.

 

O indivíduo usualmente sofre de humor deprimido, perda de interesse e prazer e energia reduzida levado a uma fatigabilidade aumentada e atividade diminuída. Cansaço (...), concentração e atenção reduzidas, autoestima e autoconfiança reduzidas, ideias de culpa e inutilidade, visões desoladas e pessimistas do futuro, ideias ou atos autolesivos ou suicídio, sono perturbado, apetite diminuído. (2)

 

A Doutrina Espírita nos traz uma concepção complementar à ciência, fazendo-nos refletir que este adoecimento psíquico, como em muitos outros, não tem uma causa na matéria (corpo) e sim em nosso espírito. Isso porque trazemos uma bagagem de vivências passadas, através das diversas reencarnações que tivemos, carregadas de imperfeições, erros, conflitos, que no presente manifestam-se pela tristeza, sentimento de culpa, angústia, revolta, insatisfação.

 

Suely Schubert, em sua obra Transtornos Mentais, nos aponta que através de suas pesquisas e atendimentos a pacientes depressivos, constatou-se que:

 

a maioria são indivíduos que carregam um sentimento de culpa muito presente – o que os leva a uma constante autopunição inconsciente-, são muito exigentes consigo mesmos e com os outros, e não se consideram merecedores da felicidade e, até mesmo, do sucesso.(3)

 

Diante destes esclarecimentos tanto da ciência quanto da religião, podemos pensar que muitos de nós não sabemos lidar com as situações que a vida nos impõe, sendo muitas delas desagradáveis e que causam sofrimento. Sofremos com as perdas de entes queridos, não nos permitindo vivenciar adequadamente o luto; nas decepções amorosas e fins de relacionamentos, onde não aceitamos tais rompimentos; na perda de um emprego, onde nos desesperamos por temer não manter nossa subsistência; nos diversos conflitos familiares que permeiam nosso dia a dia, onde não queremos ou sabemos encarar a realidade com amadurecimento etc.

 

A espiritualidade nos adverte, através do questionamento de Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, sobre a felicidade e infelicidade relativas, que nós somos os autores da nossa infelicidade e que se praticássemos a lei Divina, lei esta destinada a nós mesmos e ao nosso próximo, experimentaríamos a felicidade que nos cabe e nos pouparíamos de certos sofrimentos.

 

Somos punidos, desde esta vida, pelas infrações às leis da existência corporal, pelos males que são a consequência dessas infrações e de nossos próprios excessos. Se remontarmos, gradativamente, à origem do que chamamos nossas infelicidades terrestres, veremos a estas na maioria das vezes, como consequências de um primeiro desvio do caminho reto.Por esse desvio, entramos num mau caminho e, de consequência em consequência, caímos na infelicidade.(4)

 

Os espíritos ainda nos advertem que, o nosso desgosto pela vida, surge “pelo efeito da ociosidade, da falta de fé e, frequentemente, da saciedade.” (5) E Joanna de Ângelis ainda acrescenta que,

 

A consciência de culpa, ínsita no Espírito, impõe-lhe uma conduta mal humorada, produzindo organicamente fenômenos exteriores, que podem ser diluídos mediante uma alteração na conduta do enfermo, que se deve esforçar, certamente com muito sacrifício, a fim de recuperar-se dos equívocos, encetando novos compromissos edificantes, mediante os quais diminuirá a dívida moral, autoliberando-se do fardo esmagador.(6)

 

Assim, meus irmãos, passemos a refletir sobre estes aspectos, buscando nos tornar mais úteis em nossa jornada terrena, comprometidos com nossa transformação pessoal e íntima.  A mudança de comportamentos e atitudes depende apenas de nós mesmos, só assim transformaremos nossa maneira de pensar e ser. Quem sabe, não podemos começar hoje a busca pelo nosso eu espiritual? A prática do Evangelho, nos ensina uma maneira diferente de ver a vida, despertando nossa consciência para o que realmente importa: o cuidado conosco mesmos e com os nossos semelhantes. Quem sabe, a partir de agora, não busquemos por leituras edificantes e/ou a prática da caridade? Passemos a nos responsabilizar pelo nosso processo de felicidade e infelicidade, recorrendo sempre às orações, à fé em Deus e Sua proteção, elevando nossas mentes em estado superior de sentimento, enfrentando assim qualquer adversidade que vier a nos acometer.

 

Luz e paz a todos!

 

 

Iara Diniz

([email protected])

 

 

Centro Espírita Bezerra de Menezes

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Reuniões Públicas às terças feiras às 20hs e às quintas feiras às 19:30hs.

Aos sábados: Evangelização infantil e Escola de pais às 09:30hs; às 17h Campanha do Quilo e às 18:30hs Mocidade espírita.

 

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Referências:

 

  1. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas. Pág. 108-109, 1993.
  2. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descrições Clínicas e Diretrizes Diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas. Pág. 117, 1993.
  3. SCHUBERT, Suely C. Transtornos mentais: uma leitura espírita. Capítulo 4, pág. 81. 2012.
  4. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Livro Quatro. Capítulo 1, pág. 321.
  5. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Livro Quatro. Capítulo 1. Questão 943.
  6. FRANCO, Divaldo. Joanna de Ângelis (Espírito). Amor, imbatível amor.

 

Fonte da imagem: Disponível em https://www.vittude.com/blog/13-sintomas-de-
depressao-conheca-sinais/ Acesso em 13/03/2023.

Colunista
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