• 03/05/2024
27 Fevereiro 2023 às 11h24

A fé: mãe da esperança e da caridade

Para melhor compreensão deste tema, faz-se necessário a apresentação do

 conceito de cada palavra.

 

– É atitude própria, convicção ou crença que relaciona o homem ao Deus Supremo na expectativa da salvação da alma.

Esperança – É, genericamente falando, toda a tendência para com o bem futuro e possível, mas incerto.

Caridade – É a virtude que, com a justiça, regula o procedimento moral dos homens para com os outros seres e, especialmente para com os outros homens. Baseia-se na frase: "Fazermos aos outros o que gostaríamos que nos fosse feito.  (I)

 

Encontramos também no livro O Evangelho segundo o Espiritismo, através da instrução dos Espíritos, orientando-nos sobre este assunto, tais considerações:
 

Para ser proveitosa, a fé tem de ser ativa; não deve entorpecer-se. Mãe de todas as virtudes que conduzem a Deus, cumpre-lhe velar atentamente pelo desenvolvimento dos filhos que gerou.

A esperança e a caridade são corolários da fé e formam com esta uma trindade inseparável. Não é a fé que faculta a esperança na realização das promessas do Senhor? Se não tiverdes fé, que esperareis? Não é a fé que dá o amor? Se não tendes fé, qual será o vosso reconhecimento e, portanto, o vosso amor?

Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem. É a base da regeneração. Preciso é, pois, que essa base seja forte e durável, porquanto, se a mais ligeira dúvida a abalar, que será do edifício que sobre ela construirdes? Levantai, conseguintemente, esse edifício sobre alicerces inamovíveis. Seja mais forte a vossa fé do que os sofismas e as zombarias dos incrédulos, visto que a fé que não afronta o ridículo dos homens não é fé verdadeira.

A fé sincera é empolgante e contagiosa; comunica-se aos que não na tinham, ou, mesmo, não desejariam tê-la. Encontra palavras persuasivas que vão à alma, ao passo que a fé aparente usa de palavras sonoras que deixam frio e indiferente quem as escuta. Pregai pelo exemplo da vossa fé, para a incutirdes nos homens. Pregai pelo exemplo das vossas obras para lhes demonstrardes o merecimento da fé. Pregai pela vossa esperança firme, para lhes dardes a ver a confiança que fortifica e põe a criatura em condições de enfrentar todas as vicissitudes da vida.

Tende, pois, a fé, com o que ela contém de belo e de bom, com a sua pureza, com a sua racionalidade. Não admitais a fé sem comprovação, cega filha da cegueira. Amai a Deus, mas sabendo porque o amais; crede nas suas promessas, mas sabendo porque acreditais nelas; segui os nossos conselhos, mas compenetrados do fim que vos apontamos e dos meios que vos trazemos para o atingirdes. Crede e esperai sem desfalecimento: os milagres são obras da fé.
(II)

 

Assim, dentre as virtudes morais que cada pessoa carrega dentro de si, tem-se a fé, a esperança e a caridade, como um dom que Deus nos concede. Pode-se classificar a fé como cega ou raciocinada, divina ou humana:

A Fé é um sentimento inato no indivíduo. A direção desse sentimento pode ser cego ou raciocinado. A Fé cega, não examinando nada, aceita sem controle o falso como o verdadeiro, e se choca, a cada passo, contra a evidência e a razão; levado ao excesso produz o fanatismo. A Fé raciocinada, a que se apoia sobre os fatos e a lógica, não deixa atrás de si nenhuma obscuridade; crê-se porque se está certo, e não se está certo senão quando se compreendeu; eis porque ela não se dobra; porque não há Fé inabalável senão aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade (III)

 

Kardec ainda nos traz que a fé é humana e divina. “É o sentimento inato, no homem, de sua destinação futura, cujo germe foi depositado nele, primeiro em estado latente, o qual deve crescer por sua vontade ativa.” (IV) Assim, unindo nossa força humana à Vontade Divina poderemos realizar "prodígios", o que não é senão o desenvolvimento das nossas faculdades humanas.

A fé é o nosso grande suporte, mesmo diante das dificuldades e incertezas, pois, pelo consolo da fé poderosa, sabe-se que tais tribulações são passageiras, confiantes que o tempo se encarregará de ensinar as dores como oportunidades, e principalmente que tudo está sobre o controle de Deus Pai.

O Apostolo Paulo escreve em suas cartas, sobre a suprema excelência da caridade. Depois de tecer comentários sobre a parte e o todo, ele diz: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três, mas a maior destas é a caridade." (V)

Ainda em O Evangelho segundo o Espiritismo, encontramos diversos assuntos sobre a caridade. Deixando-nos a máxima que Fora da caridade não há salvação". (VI)

 

A fé, mãe da esperança e da caridade, é filha do sentimento e da razão, quando movida pela vontade firme, tem o suporte do sentimento e da razão, que nos dão certeza do que nos espera, desde que tenha caridade ativa.

Nesse sentido, o Espírito Emmanuel diz-nos: "A fé é guardar no coração a certeza iluminada de Deus, com todos os valores da razão tocados pelo perfume do sentimento". (VII)

 

Luz e paz a todos!

 

Elena Maria Garcia Rezende Leão

[email protected]

 

Centro Espírita Bezerra de Menezes

Rua Olegário Rabelo, nº 455, Bairro Brasília, Arcos/MG

Reuniões Públicas às terças feiras às 20hs e às quintas feiras às 19:30hs.

Aos sábados: Evangelização infantil e Escola de pais às 09:30hs; às 17h Campanha do Quilo e às 18:30hs Mocidade espírita.

 

 

Referências:

  1. GREGÓRIO, Sergio Biagi – texto publicado pelo CEI – Centro Espirita Ismael, 2010, www.ceismael.com.br
  2. KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XIX. Item 11.
  3. KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XIX. Item 6.
  4. KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XIX. Item 12.
  5. I Coríntios: 13, 13
  6. KARDEC, A. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. XV. Item 10.
  7. XAVIER, F. C. Contos e Apólogos, pelo Espírito Irmão X. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1974

 

Fonte da imagem: Disponível em
https://www.diariodosertao.com.br/noticias/religiao/536058/video-mensagem-de-
esperanca-e-a-palestra-a-fe-mae-da-esperanca-e-da-caridade-sobre-os-dias-
atuais.htm
l  Acesso em 27/02/2023.

 

Colunista
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