• 03/05/2024
20 Fevereiro 2023 às 11h20

Preconceito

Deus mostrou-me que a nenhum homem devo chamar comum ou imundo.(1)

 

Quantas vezes acontece conosco, de olharmos para alguém que não está de acordo com os nossos padrões e sentirmos aquele comichão a nos incomodar? Sentindo aquela vontade de condenar a pessoa, olhando-a com desprezo, desejando que ela fique relegada à própria inferioridade devido à sua condição diferente e dando graças por ela não ser da nossa roda ou da nossa família? O nome disso é PRECONCEITO, uma opinião desfavorável que não é baseada em dados objetivos, mas, unicamente em um sentimento hostil motivado por hábitos de julgamento ou generalizações apressadas. (2) Uma ótima definição encontrada em dicionários, mas, que não exprime seu significado na totalidade, pois não expõe as consequências nefastas do preconceito para com suas vítimas, nem para quem o utiliza.

 

            No versículo que encabeça este texto, o apóstolo Pedro, convertido ao Cristianismo, diz ter aprendido a não fazer acepção a qualquer pessoa, seja lá quem seja. Homem comum como todos nós, ele aprendeu a duras penas, que todos somos iguais e que, com este critério devemos lidar com o nosso próximo. Não foi isso que o Cristo quis dizer de forma tão magistral na Parábola do Bom Samaritano? (3)

 

Pois, às portas da Era de Regeneração, no momento de optarmos por atitudes mais cristãs e saudáveis para a composição de uma história melhor para nós, ainda agimos com preconceito, exteriorizando-o em palavras e atos que se chocam frontalmente com o conhecimento da Lei de Deus que já possuímos através das luzes do Evangelho.

 

O orgulho é a causa profunda do preconceito. Achar-se melhor do que uma pessoa que está acima do peso; daquela que não professa a nossa religião; da que não tem a mesma cor de pele que a nossa; que não se alimenta com os mesmos tipos de comidas que nós; que não tem a mesma opção sexual que a nossa; que não tem a condição social ideal que a nossa ou mesmo que não seja tudo de bom como nós, dentro do que cada um de nós acredita.

 

            Nas bases clarificadoras do Espiritismo, encontramos a Espiritualidade Superior dizendo com absoluta segurança, que todos os seres humanos são iguais perante Deus, que todos tendem para o mesmo fim e Deus fez as suas leis para todos.(4) Isso indica que toda atitude, palavra ou pensamento que parte de nós para outra pessoa, revestidos de preconceito é um entrave para quem deseja combater o sofrimento dentro de si, uma vez que tudo que fazemos volta para nós e o sofrimento que infligimos ao outro, será fatalmente atraído para nós, ainda nesta ou em outra encarnação. Não acreditar nesta Lei de Deus (causa e efeito) e na vida futura (reencarnação), pode nos tornar refratários a essa mudança tão importante e indispensável a todos nós.

 

            Amigos leitores, pensemos nisso quando a ideia do preconceito nos assaltar. Não basta dizer não a esse arrastamento, é preciso atitude firme da nossa parte em vencê-lo. Quando ele surgir em nosso pensamento, ajustemos a lente do nosso olhar desfocado. Evitemos as brincadeiras e chacotas tão enraizadas estruturalmente em nossa sociedade materialista. Olhemos para a outra pessoa com o olhar de Jesus. Por acaso ele se recusou a aceitar Maria Madalena em seu círculo? Eximiu-se em jantar com Zaqueu? Ao contrário, acolheu a todos com o olhar de um igual. Convidou em primeiro lugar o publicano Mateus para ser seu apóstolo, colocou as mulheres no patamar que merecem, acolheu a todos com o amor e carinho típico dos que já estão afinizados com os ideais divinos.

 

E para finalizar, deixamos o incrível depoimento (em 1863) do Espírito "Uma Rainha de França", relatado em O Evangelho Segundo o Espiritismo:

 

Quem poderia, melhor do que eu, compreender a verdade destas palavras de Nosso Senhor: Meu reino não é deste mundo? O orgulho me perdeu sobre a Terra. O que foi que eu levei comigo, da minha realeza terrena? Nada, absolutamente nada. E como para tornar a lição mais terrível, ela não me acompanhou sequer até o túmulo! Rainha eu fui entre os homens, e rainha pensei chegar no Reino dos Céus. Mas que desilusão! E que humilhação, quando, em vez de ser ali recebida como soberana, tive de ver acima de mim, mas muito acima, homens que eu considerava pequeninos e os desprezava, por não terem nas veias um sangue nobre! Oh, só então compreendi a fatuidade dos homens e das grandezas que tão avidamente buscamos sobre a Terra! (5)

 

 

Muita paz a todos!

 

Ana Dulce Pamplona Frade

([email protected])

 

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Referências:

  1. PEDRO, At, 10:28
  2. Dicionário Infopédia da Língua Portuguesa
  3. LUCAS, 10:30-37
  4. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 803.
  5. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. II, item 8.

 

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