• 03/05/2024
23 Janeiro 2023 às 10h25

DESENCARNAÇÃO

Uma existência é um ato.

Um corpo – uma veste.

Um século – um dia.

Um serviço – uma experiência.

Um triunfo – uma aquisição.

Uma morte – um sopro renovador. (1)

                            

Com essas palavras de André Luiz podemos iniciar uma breve reflexão do que é desencarnação.

 

A doutrina espírita, através de Allan Kardec em O Livro dos Espíritos nos esclarece que há no ser humano três coisas:

 

1. o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital;

2. a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo;

3. e o perispírito ou laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito, que é uma espécie de envoltório semimaterial. (2)

 

Desencarnação ou desencarne é o termo que a doutrina espírita utiliza para designar o processo em que o espírito é desligado do corpo material e retorna ao plano espiritual. E este desligamento se dá quando ocorre a morte do corpo físico, material.

 

Enquanto o ser está encarnado, o perispírito liga-se ao corpo físico por ligações sutis, célula a célula e, com maior intensidade, em locais que correspondem no perispírito aos centros de força que outras doutrinas chamam de chacras. Quando o início do processo de desencarnação se dá, essas ligações vão sendo aos poucos rompidas até que o perispírito encontre-se outra vez completamente livre.

 

O tempo que o processo todo leva e a forma como esses laços são rompidos depende do estado psicológico e moral do indivíduo, da forma como o processo é disparado e do estado psicológico daqueles que o acompanham.

 

Em uma pessoa materialista, com forte apego ao próprio corpo e às coisas mundanas, o processo de desligamento pode durar mais tempo que o normal pelo fato de ele não aceitar ou identificar a nova realidade em que se encontra. Em uma outra pessoa, espiritualizada e em estado psicológico equilibrado, o processo pode ser bem mais rápido pelo fato de ela saber o que vai ocorrer e esperar o acontecimento em paz consigo mesma. Já nos casos de morte súbita, o processo pode ser quase instantâneo, como se o corpo físico expulsasse o perispírito com violência.

 

Para que o processo se dê com mais tranquilidade para o desencarnante é importante que os seus familiares e os amigos que o acompanham não exerçam pressão psicológica sobre ele, tentando se manter equilibrados e confiantes no bom desfecho.

 

Morte física e desencarne não ocorrem simultaneamente. O indivíduo morre quando o coração deixa de funcionar. O Espírito desencarna quando se completa o desligamento, o que demanda algumas horas ou alguns dias. (3)

 

Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec questiona e recebe dos espíritos algumas respostas que nos esclarece ainda mais sobre a desencarnação:

 

A separação da alma e do corpo é dolorosa?

Não, o corpo sofre, frequentemente, mais durante a vida que no momento da morte; neste a alma não toma parte. Os sofrimentos que experimenta, algumas vezes, no momento da morte, são um prazer para o Espírito, que vê chegar o fim do seu exílio. (4)

 

Que sensação experimenta a alma no momento em que se reconhece no mundo dos espíritos?

Depende. Se fizeste o mal com o desejo de fazê-lo, no primeiro momento, envergonhar-te-ás de tê-lo feito. Para o justo é bem diferente; ele se sente como aliviado de um grande peso, pois não teme nenhum olhar perquiridor. (5)

 

Em que se torna a alma no instante da morte?

Volta a ser Espírito, quer dizer, retorna ao mundo dos Espíritos, que havia deixado momentaneamente. (6)

 

Após a morte, a alma conserva sua individualidade?

Sim, jamais a perde. Que seria ela, se não a conservasse?

Como a alma constata a sua individualidade, uma vez que não tem mais seu corpo material?

Ela tem ainda um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera de seu planeta e que representa a aparência de sua última encarnação: seu perispírito. (7)

 

Com todo conhecimento que a doutrina espírita nos oferece e com a fé em Deus e a certeza da providência Divina em tudo que nos acontece, podemos ter a serenidade para não temermos a morte e a desencarnação.

 

Assim considerando, em muitos casos, para morrer e logo desencarnar e libertar-se é, necessário ter merecimento. Como cada homem tem a vida de que precisa, na Terra, para crescer e ser feliz, cada qual tem a morte a que faz jus em razão dos atos praticados. (8)

 

Luz e paz a todos!

Rosemary Mayrink

([email protected])

 

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Reuniões Públicas às terças feiras às 20hs e às quintas feiras às 19:30hs.

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Referências:

  1. LUIZ, André. Nosso Lar. Pág.14. 
  2. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Introdução, VI.
  3. SIMONETTI, Richard. Quem tem medo da morte. Pág. 28.
  4. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 154.
  5. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 159.
  6. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 149.
  7. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 150-150a.
  8. MIRANDA, Manoel P. Temas da vida e da morte. Pág. 80-81.

Fonte da imagem: Disponível em https://pixabay.com/ Acesso em 22/01/2023.

 

 

 

 

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