• 28/03/2024
08 Agosto 2022 às 13h26

Alegria x Felicidade

Entre lutas e dificuldades do momento atual da vida na Terra, vai o espírito humano cada vez mais desafiado pela ilusória expectativa da felicidade plena nesse mundo.

 

Aquele julga mantê-la sob a sombra efêmera do conforto financeiro. Este pensa alcançá-la nas distrações momentâneas do prazer. Alguns cultuam-na nas excentricidades materiais, nos exageros de consumo ou na ausência total de bens. E quase todos nos enganamos nos caminhos.  Almas ingênuas, buscamos colher por fora o que não cultivamos por dentro, e confundimos muitas vezes alegria com felicidade.

 

Felicidade é um estado perene, uma conquista do espírito que se esforça por alinhar-se às leis divinas. Na questão 614 de O Livro dos Espíritos, os benfeitores respondem à Kardec que “a observância da lei de Deus é a única condição para sua verdadeira felicidade. Indica-lhe o que deve fazer ou deixar de fazer e ele só é infeliz quando dela se afasta.”

 

Se a felicidade se relaciona com o cumprimento da lei de Deus, ela só pode ser perene posto que a lei de Deus é eterna e imutável. Felicidade, uma vez conquistada, nunca acabará.

 

Dizem os espíritos na resposta, que a infelicidade só ocorre quando nos afastamos da lei. Nesse caso o prefixo in determina negação da felicidade e não falta dela. Nós é que nos negamos a ventura de sermos felizes por indisciplina ou rebeldia.

 

Um pouco mais adiante na obra já citada, nos dizem os espíritos que as leis divinas estão escritas em nossa própria consciência, o que nos faz pensar que, se a felicidade é o cumprimento da lei e se essa lei está escrita em nossa consciência, podemos deduzir que felicidade não está relacionada com algo externo, ao contrário, resulta de um estado interior, de uma disposição íntima de avaliar, entender, aceitar e submeter-se a essa lei no desenrolar de nossas vidas, assumindo o compromisso pessoal de enxergar a vida e o mundo sob essa ótica.

 

De outra forma, as alegrias assim como as tristezas são eventos externos, momentâneos, que podem ou não afetarem nosso íntimo. Tristezas e alegrias se acabam. São estados momentâneos pelos quais podemos passar.

 

O espírito integrado aos desígnios divinos é feliz mesmo diante de momentos tristes, sabe enfrentar as dificuldades guardando fidelidade aos seus princípios. Valoriza as alegrias, reconhece a importância das lições da dor, mas se mantem sereno e feliz interiormente.

 

Quem está triste pode ficar alegre, se está alegre pode ficar triste, mas sem deixar de ser sempre feliz na essência. Tristezas e alegrias fazem parte da vivência. São momentos na impermanência da vida.

 

Tudo no mundo material é impermanente, mas ainda não nos demos conta de que a maioria de nossas tristezas decorrem da não aceitação desse fato. Queremos impor permanência nas pessoas, nas coisas materiais, nas relações humanas, na própria existência. Desejamos ser donos das coisas transitórias do mundo.

 

A felicidade é por natureza inalterável, escapa da instabilidade das coisas por ser atributo do espírito. É uma conquista da alma, como são as virtudes. Advém de uma mudança de postura interior que mantem tranquila a consciência. Ela é resultado de um equilíbrio interior que nos faz capaz de buscar a alegria quando estivermos tristes, e saber que as tristezas devem ter prazo de validade do mesmo modo que as alegrias também não duram para sempre.

 

Respondendo a indagação do codificador na questão 922 de O Livro do Espíritos, a respeito da felicidade relativa que se pode alcançar no mundo, os amigos espirituais nos dizem: “– Para a vida material, é a posse do necessário; para a vida moral, é a consciência tranquila e a fé no futuro.”

 

Vivamos com alegria impondo-a aos momentos em que a tristeza nos alcance, mas sigamos adiante frente aos aguilhões que nos desafiam a construção da felicidade com Jesus.

 

 

Abraços fraternais! 

                                                                                                                                                                                                                                                                                  Joel Bazílio

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KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 614.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Questão 922.

KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. 1954.

Fonte da imagem: Disponível em https://pixabay.com/pt/photos/mulher-ceu-luz-solar-bracos-2667455/

 

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