• 19/04/2024
06 Abril 2022 às 12h40
Fonte de Informação: Redação - Cecília Calixto

Mulheres que inspiram: conheça a história de Lúcia Borges, fundadora Associação Arcoense Mão Amiga (AMA)

Em sequência a série de matérias especiais – onde entrevistamos mulheres inspiradoras que desenvolveram trabalhos sociais e voluntários na cidade de Arcos – nesta quarta matéria a reportagem do Portal Arcos entrevistou Lúcia Borges de Souza, que é a fundadora da AMA (Associação Arcoense Mão Amiga) e com a atual presidente, Rosemeire Xavier Ferreira.

Lúcia Borges é arcoense, tem 67 anos, e é professora aposentada. Ela foi casada com José Roberto de Souza (in memorian), com quem teve dois filhos.

No início da entrevista pedimos para ela iniciar falando um pouco sobre que é a Lúcia Borges: “A Lúcia Borges vem de uma família grande, eu sou a décima primeira. Eu venho de uma família grande, da roça, da Barra do Melo, e adoro família grande. Eu tive que vir aos 10 anos pra cidade com meus irmãos, fui para a faculdade, pois fui bastante insistente, e depois fui professora e me realizei, pois eu amo estar com jovens e com crianças”.

Lúcia contou que trabalhava como professora e também cuidava de seu esposo, que havia sido diagnosticado com Parkinson. Ela também ajudava na igreja, dando catequese as crianças.

“Então a Lúcia Borges é uma mulher que não teve muita vida social, mas, sou feliz, me realizei como professora e como mãe, mesmo diante de todas as dificuldades que nós temos. A Lúcia é simples, e ajuda aqui na AMA como aquela que serve. Estou à disposição de Deus sempre”, comentou.

 

Como iniciou a AMA?

Lúcia Borges contou que tudo começou quando seu marido estava na fisioterapia, por causa do Parkinson. Foi lá que eles souberam das dificuldades que a Santa Casa enfrentava na época.

“Tudo começou porque Deus quis. Eu estava na fisioterapia com o meu esposo, por causa do Parkinson e a Luzia da Santa Casa (in memorian), que era a costureira da Santa Casa, me falou que estava faltando lençóis na Santa Casa, na enfermaria não tinha lençóis. Ao me contar, eu perguntei: porque vocês não pedem? E na época a Santa Casa não tinha condições de comprar e então eu pensei que nós deveríamos ir pedir”, contou.

Ela e seu esposo foram até a loja do Eli e pediram tecidos a preço de custo. E eles começaram a movimentar as pessoas para conseguirem uma quantia suficiente para comprarem os tecidos e fazer os lençóis para a Santa Casa. E após serem feitas muitas ligações ele conseguiram os lençóis.

“Eu levei o lençóis para a Santa Casa junto com a Maria Geralda, minha irmã, e a Cida Cardoso mostrou pra gente as dificuldades e nos levou até a Kátia Valderês, que era a administradora. Ela nos acolheu com muito carinho e quando nós saímos eu disse que estávamos a disposição deles. Mas, até aquele momento eu ainda não sabia que poderia surgir a AMA, mas, já tinha o desejo no coração do José Maria Alves”.

Segundo Lúcia, José Maria Alves - que era o provedor da Santa Casa - estava com o desejo de desenvolver algum trabalho voluntário para ajudar a Santa Casa. Ele chegou a convidar algumas pessoas, mas, de início não quiseram. Porém, ele continuou tentando, até conseguir iniciar. “Ele marcou uma reunião pra nós, eu chamei a Clementina que era da Padaria 2.000 e ela foi comigo. Ele perguntou se agente topava e nós topamos e a partir daí começou toda uma história”.

Após isso, eles começaram a convidar mais pessoas e a realizar reuniões semanais. “A AMA agora já vai fazer 13 anos, começou em 29 de julho de 2009. E depois criamos o nome, Associação Arcoense Mão Amiga”.

 

“Eu falo que quando você se dispõe a fazer parte de um movimento, você tem que ir primeiro com o coração, pois aí você consegue vencer todos os obstáculos” - Rosemeire Ferreira

Em entrevista, Rosemeire Xavier Ferreira, que é presidente da associação, contou que está ajudando na associação desde sua fundação.

“Eu estou desde o início. Quando começou a Lúcia foi a mentora, ela quem teve a ideia. E quando começou a AMA eu fui convidada. Eu não sou arcoense, sou de Divinópolis, e tinha seis meses que eu estava em Arcos e fiquei conhecendo a Lúcia. Ela falou comigo que estava montando uma associação e eu sempre gostei de fazer alguma coisa, seja dentro ou fora da igreja. Então ela me convidou e eu aceitei”.

Rosemeire já está na associação como presidente pela segunda vez. Segundo ela, o que a leva a se dedicar por tanto tempo é o amor que ela tem pelo trabalho da associação:

“O primeiro passo é o gostar, você tem que amar fazer. Porque realmente não é fácil, pois a vida da gente é uma correria: é filhos, é casa, é trabalho, é aquela bola de neve. Então, eu falo que quando você se dispõe a fazer parte de um movimento, você tem que ir primeiro com o coração, pois aí você consegue vencer todos os obstáculos. Então a primeira coisa que temos que ter em mente é que estamos fazendo o bem para alguém e que o retorno é muito maior, pois é gratificante o trabalho”.

 

60 voluntários e mais de 80% são mulheres

Segundo Lúcia, atualmente a AMA conta com aproximadamente 60 voluntários e entre 85% a 90% são mulheres. Segundo ela, a maioria dos homens que participam são casados e eles vão para acompanhar as esposas. 

Rosemeire comentou que a associação sempre convidou homens para participar, porém, as mulheres sempre tiveram mais disponibilidade em ajudar.

“Aqui na AMA a gente sempre convidou homens, mas o fato deles trabalharem e não terem um horário muito certo dificulta. Para servir o chá nós até temos alguns homens, mas nós podemos ver que a AMA é realmente um movimento feminino, é um movimento que trabalha direito com o sentimento, com a dor, e a mulher tem mais jeito pra isso”, comentou.

Ela também aproveitou para agradecer a todas as mulheres que tem contribuído com os trabalhos da AMA, direta ou indiretamente.

“Então agradecemos muito as mulheres que estão sempre nos ajudando, tanto as que servem o chá, quanto as que nos apóiam. Pois, temos voluntárias que não fazem nenhum trabalho aqui dentro da AMA, mas que são apoiadoras e que sempre que precisamos, elas nos dão a mão”.

 

“Então as mulheres devem dizer sim para a vontade de Deus para deixar ele nos conduzir. É um trabalho que é gratificante e há uma compensação” – Lúcia Borges

Perguntamos para Lúcia se ela considera importante o papel da mulher na sociedade para o desenvolvimento de projetos e políticas públicas voltadas para pessoas que muitas vezes são excluídas da sociedade.

Em resposta ela disse que considera importante que as mulheres dediquem um tempo para fazer esses trabalhos voluntários, pois, pode ser muito recompensador.

“Nós mulheres temos que nos colocar, principalmente as que estão aposentadas e com um pouco mais de tempo, mas, todas devem se colocar pois Deus nos usa. Então temos que deixar Deus nos conduzir e onde ele nos colocar ele vai nos usar”.

“Então as mulheres devem dizer sim para a vontade de Deus para deixar ele nos conduzir. E é um trabalho que é gratificante e há uma compensação”.

Ela ressaltou que é necessário que as mulheres se unam para dar continuidade a esses trabalhos em Arcos: “É importante que nós mulheres venhamos dar as mãos para irmos em frente. Se tem o desejo de fazer algo, fale com Deus, deixe Deus conduzir isso. Pois as mulheres são fortes e corajosas, elas sofrem, elas choram em casa, mas elas erguem a cabeça e segue em frente. Eu admiro as mulheres”.

 

“A gente não se vangloria, mas, ficamos felizes de Deus ter nos usado. E é um trabalho que é gratificante” – Lúcia Borges

Questionada sobre como se sente ao poder fazer parte da história de Arcos, por meio da criação de uma associação tão importante para o município, Lúcia respondeu que tudo que já foi feito pela AMA, é Deus quem tem registrado na história de Arcos.

“A gente não se vangloria, mas, ficamos felizes de Deus ter nos usado. E é um trabalho que é gratificante. Então é Deus quem fica registrando o nosso dia a dia. As histórias vão sendo acumuladas página por página e é Deus quem faz esse registro”, finalizou.

 

 

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