• 04/05/2024
08 Março 2022 às 16h33
Fonte de Informação: Redação - Cecília Calixto

Mulheres que inspiram: conheça a história de Miriam Aparecida, fundadora da Associação Mineira Doutorzinhos do Riso

Miriam Aparecida da Silva Castro - fundadora da Associação Mineira Doutorzinhos do Riso

Com o passar dos anos a humanidade sempre foi surpreendida por mulheres fortes e inspiradoras que mudaram a história, por meio de seus grandes feitos sociais, políticos ou profissionais. Temos o exemplo de: Malala Yousafza; Zilda Arns Neumann; Maria da Penha; Greta Thunberg; e Mary Winston Jackson.

Entre essas mulheres conhecidas mundialmente, também há grandes mulheres que estão fazendo história em suas cidades e comunidades, por meio de trabalhos sociais e voluntários. E para enaltecer essas mulheres, o Portal Arcos publicará uma série de matérias para contar a história delas.

Nesta primeira matéria, entrevistamos a fundadora da Associação Mineira Doutorzinhos do Riso, Miriam Aparecida da Silva Castro.

 

Quem é Mirim Aparecida?

A arcoense Miriam Aparecida da Silva Castro tem 42 anos e é técnica de enfermagem. É mãe do Luis Gustavo de 18 anos e da Lívia, de oito anos.

No início da entrevista pedimos para que ela descrevesse um pouco mais sobre quem é Miriam Aparecida: “A Miriam é uma pessoa muito tranquila. Eu sou técnica de enfermagem e, com isso, já tenho este lado de mais cuidado. Sou uma mãezona e tenho esse lado solidário que eu gosto muito. É o que fala mais alto em mim. Gosto de sempre estar prestando serviço, gosto de ajudar o próximo e me compadeço muito com a dor do outro”.

 

“A minha mãe foi minha inspiração. [...] Eu tenho o maior orgulho de falar que o projeto foi feito por ela e para ela. Maria Antônia da Silva” – Miriam Aparecida

A Associação Mineira Doutorzinhos do Riso, que inicialmente era o projeto Doutorzinhos da Alegria, foi fundado por Miriam em 2017, quando ela morava em Lagoa da Prata. Sua maior inspiração para criação do projeto foi sua mãe, que na época fazia tratamento contra câncer de boca.

 

 

 

“A minha mãe foi minha inspiração. Agora tem um ano que minha mãe foi morar com Deus e o projeto foi criado por causa dela, é um projeto em homenagem a ela. Eu tenho o maior orgulho de falar que o projeto foi feito por ela e para ela. Maria Antônia da Silva”.

 

“Onde a dor dá lugar ao amor”

Este é o lema da Associação Doutorzinhos do Riso. Segundo Miriam, esta frase descreve os momentos que ela viveu com sua mãe, durante os tratamentos contra o câncer. Segundo Miriam, sua mãe sofria muito com o tratamento e durante os momentos difíceis Miriam sempre arrumava uma forma de alegrá-la.

“Foi um processo muito agressivo e dolorido pra ela e pra mim, pois, eu fiquei a maior parte do tempo com ela. Ela teve ajuda dos meus irmãos e da minha família, mas, eu vivenciei bastante as coisas com ela, eu via a dor dela. E a minha dor eu não podia deixar transparecer pra ela, então, eu me inspirei no projeto Doutores da Alegria, pois, na hora do sofrimento dela eu brincava com ela, quando ela sentia dor eu brincava, a deixava alegre e depois eu ia pro banheiro chorar pra tirar minha dor. Então, eu vi no projeto essa necessidade de tentar esconder a minha dor para dar amor pro outro. Tanto é que temos a frase: ‘Onde a dor dá lugar ao amor’”.

 

25 voluntários e 21 são mulheres

Atualmente a associação conta com 25 voluntários e entre eles 21 são mulheres. Fora as que não estão no grupo, mas, contribuem em alguns trabalhos da associação.

“A maioria das voluntárias são mulheres. Tanto é que ontem eu falei pra elas que: ‘Essa entrevista será por vocês. Representando todas vocês’! Eu queria que todas estivessem aqui comigo, mas, como não tem como eu falo em nome de todas”, comentou.

Segundo Miriam, a associação conta com uma equipe grande que consegue desenvolver vários trabalhos durante o ano. Atualmente a associação está com alguns trabalhos parados devido à pandemia da Covid-19, mas, a pretensão é retornar com todos em breve.

Entre os principais trabalhos desenvolvidos na associação estão: as visitas aos hospitais; cesta solidária; a entrega de marmitas a pessoas em situação de rua; a cortina do abraço que foi desenvolvida no asilo Lar Pousada dos Bertos, durante o pico da Pandemia da Covid-19; o projeto remediar; e o projeto vestir com amor.

“Nós temos um projeto que é a cesta solidária e toda a semana a gente faz a entrega de kits verduras. Nós temos uma parceria com o banco de alimentos de Formiga e nós trazemos essas verduras de lá. Já temos algumas famílias cadastradas, com isso, toda semana nós fazemos esse trabalho de distribuição dessas cestas. Nós temos também o trabalho das visitas no hospital, que é o nosso foco. Nós temos o projeto vestir com amor, que é uma parceria com uma ONG de Belo Horizonte, onde recebemos kits de enxoval de bebê, tem o projeto Remediar, que é de uma ONG também de Belo Horizonte, que doa medicações. Quando a pessoa necessita de um medicamento nós enviamos a receita e tentamos conseguir. Então é um projeto bem amplo. Nós tentamos ajudar de todas as formas e várias pessoas sempre nos procuram”.

 

“A Mulher tem que estar em todo lugar e nessa área social não é diferente” – Miriam Aparecida

Na entrevista perguntamos a Miriam se ela considera importante o papel da mulher na sociedade para o desenvolvimento de projetos e políticas públicas voltadas para pessoas que muitas vezes são excluídas da sociedade.

Ao responder, Miriam disse que: “A Mulher tem que estar em todo lugar e nessa área social não é diferente. A mulher tem uma doçura a mais, ela tem um olhar de afeto e isso contribui, é bem mais fácil para nós mulheres. A mulher é muito humana, muito cabeça, por isso eu acho que o papel da mulher é poder estar em todos os lugares”, comentou.

Questionada sobre como se sente ao poder fazer parte da história de Arcos, por meio da criação de uma associação tão importante para o município, Miriam disse que se sente muito feliz e que tudo que ela tem feito é uma retribuição a tudo que a cidade já fez por ela.

“Pra mim o reconhecimento que eu tenho hoje é muito bom. Quando as pessoas falam do projeto e eu tenho a oportunidade de falar que eu faço parte, chega a doer de tanta felicidade. E poder fazer esse trabalho aqui na minha cidade foi uma recompensa por tudo que Arcos me ofereceu e eu sou apaixonada por Arcos. E ser reconhecida na minha cidade e poder fazer algo por ela é maravilhoso”.

 

“Falo que a mulher tem que se amar mesmo, ela não pode aceitar menos do que isso, de ter o amor próprio. Então eu falo pra todas: se amem, se cuidem, se valorizem [...]” – Miriam Aparecida

Ao final da entrevista perguntamos a ela, qual frase ela gostaria de deixar para todas as mulheres.

“Resiliência. É se transformar e se amar. Eu estou vivendo um processo na minha vida que eu falo que se eu soubesse que era tão bom fazer 40 anos eu já teria feito há muito tempo, pois pra mim está sendo a melhor fase”.

“Falo que a mulher tem que se amar mesmo, ela não pode aceitar menos do que isso, de ter o amor próprio. Então eu falo pra todas: se amem, se cuidem, se valorizem, pois, a vida é só uma e você tem que aproveitar ao máximo tudo de bom que for ofertado às mulheres. Não só no mês de março, mas, em todos os dias. É mãe, é a professora da escola, é a profissional da saúde. Mulher é tudo e eu tenho orgulho”.

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