Sabe-se que a Doutrina Espírita nos conduz à necessidade de melhoria íntima para que, em algum dia, possamos alçar voos e atingir uma perfeição relativa, destino este de todos os Espíritos, qual seja, o de aproximação com o nosso Criador.
É assim que somos convidados, dia após dia, a nos esforçar em busca de conquistarmos a nós mesmos, a nos conhecermos, como há tempos nos ensina o aforismo grego “conhece-te a ti mesmo”.
No Evangelho de São Mateus[i] também encontramos o ensinamento de Jesus que nos orienta: “sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mateus, 5:48).
Mas, como poderíamos compreender essa perfeição? Tomada de outro modo, como podemos, dentro das limitações da escala evolutiva de cada um, nos tornarmos seres considerados de bem?
A esse respeito Allan Kardec[ii] nos ensina que: “o verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade na sua maior pureza (...) se interroga a sua consciência sobre os atos realizados (...) enfim, se fez a outrem tudo aquilo que queria que os outros lhe fizessem”.
Ocorre que, segundo nos dita o Espiritismo, cada qual carrega sua própria bagagem experiencial, adquirida existência pós existência, o que nos diferencia e nos situa em um momento de despertar espiritual e de crescimento repleto de particularidades de cada ser.
Deste modo, devemos ter compreensão para com o nosso próximo, e, sobretudo, conosco mesmo, pois, apesar dos esforços direcionados para a melhoria espiritual, todos temos as nossas dificuldades pessoais.
Tão logo, se faz necessário compreender que a caminhada para a perfeição relativa é árdua e um empenho diuturno.
Nesse aspecto, importa ressaltar também o seguinte ensinamento do Espírito Ermance Dufaux[iii]: “estejamos convictos de um ponto em matéria de melhoria espiritual: só faremos e seremos aquilo que conseguimos, nem mais, nem menos”.
Sendo desse modo, podemos considerar que o homem de bem é aquele que age questionando-se a si mesmo e a sua própria consciência acerca das suas atitudes e pensamentos, lugar onde encontram-se circunscritas as leis divinas[iv].
E assim, agindo senão conforme a sua consciência, não fere e não agride o seu semelhante, pelo contrário, o respeita e entende às suas dificuldades e o seu “tempo espiritual”, o seu momento da evolução, que é próprio e particular de cada ser encarnado sobre a Terra.
Dessa forma, respeitando a si e ao seu semelhante, caminha sob os auspícios da caridade e do amor, confiando sempre em Deus e entendendo que tudo acontece sob os seus desígnios e que nada acontece por acaso.
Muita paz a todos!
Jordana Grazielle Nogueira Camargos – [email protected]
Centro Espírita Bezerra de Menezes
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Reuniões públicas às terças feiras às 20hs e às quintas feiras às 19:30hs.
Aos sábados, mocidade espírita às 18:30hs.
[i] BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução de Ivo Storniolo e Euclides Martins Balancin. São Paulo: Editora Paulus, 1990.
[ii] KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 9ª ed. Boa Nova Editora, 2004. Pág. 355.
[iii] DUFAUX, Ermance de La Jonchére (Espírito). Reforma íntima sem martírio/pelo Espírito Ermance de La Jonchére Dufaux: psicografia de Wanderley Soares de Oliveira. Belo Horizonte: SED, 2003. Pág. 71.
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