• 08/05/2024
11 Outubro 2021 às 11h09
Atualizada em 11/10/2021 às 13h51

Lucy, o Argueiro e a Trave

 

Dizendo possuir dois talentos especiais, um para encontrar os defeitos das pessoas e outro para ignorar os próprios, Lucy van Pelt(1) traduz sem querer, um questionamento do Cristo (Mt, 7:3): por que vemos um cisco insignificante no olho do outro e não vemos uma trave no próprio olho? O genial cartunista americano Charles Schulz acertou em cheio ao criar essa personagem tão parecida com todos nós. Aspirante a “psiquiatra” da turma de Charlie Brown, Lucy retrata aquela parcela majoritária da humanidade que tende a criticar os defeitos alheios, mas não enxerga os próprios. Por essa razão, seu irmão Linus e toda a turma sofrem com o rigor com que a garota julga os coleguinhas.

 

Não fosse pelas graves consequências deste defeito, tais atitudes seriam aparentemente inofensivas. Mas, afinal, qual o problema em reparar o defeito do outro? São muitos! E “foi por isso que Jesus se empenhou em combatê-lo, como o principal obstáculo ao progresso.” (2)

 

No versículo de Mateus, Jesus destaca a facilidade que temos em perceber os erros alheios e a dificuldade em perceber os nossos, configurando uma atitude orgulhosa. Este defeito faz com que a pessoa se ache mais valiosa que os outros e que viva numa constante ilusão, agindo sempre em favor de si, fermentando cada vez mais o egoísmo e julgando e pensar que se está sempre certo, tal como fizeram as pessoas que tentaram apedrejar a mulher adúltera (Jo, 8:1-11). Atitudes tão egoístas e orgulhosas culminam na tendência em arrumar mais problemas, mais inimigos, mais dívidas para resgatar em outras encarnações e o risco de cair em expiações graves, atrasando cada vez mais a evolução, sem contar o sofrimento a que fazemos jus, à medida que ferimos o nosso próximo, e desta forma, fica difícil ser paciente, tolerante, caridoso, obediente, indulgente, generoso, resignado e pacífico, virtudes completamente opostas ao orgulho.

 

Conclusão: uma atitude como esta de Lucy em relação a Linus é apenas a ponta do iceberg. Imergindo nas águas profundas do nosso ser, encontraremos a grande base que gera todo o sofrimento humano.

 

O Espiritismo fornece muitos elementos para nos auxiliar neste processo de melhoria íntima, a fim de diminuir o sofrimento. Allan Kardec afirma que “o orgulho, além de ser a fonte de muitos vícios, é também a negação de muitas virtudes” (2). Há que se fazer a substituição de um pelo outro e isso só é possível com um processo longo e doloroso de autoconhecimento (3), acompanhado de estratégias e resoluções pequenas, médias ou grandes, também a curto, médio ou longo prazo. E o Codificador ainda indica: “para julgar-se a si mesmo, fora preciso que o homem pudesse ver seu interior num espelho, pudesse, de certo modo, transportar-se para fora de si próprio, considerar-se como outra pessoa e perguntar: Que pensaria eu se visse alguém fazer o que faço?” (2)

 

Caros leitores! Façamo-nos sempre esta pergunta, todos os dias, é muito eficaz para quem deseja diminuir o sofrimento! E não esqueçamos: “Aquele que, dentre nós, está sem pecado, atire a primeira pedra.”

 

Muita paz a todos!

 

Ana Dulce Pamplona Frade ([email protected])

 

 

 

CENTRO ESPÍRITA BEZERRA DE MENEZES

Rua Olegário Rabelo, nº 455, Bairro Brasília, Arcos/MG

 

 

(1) Peanuts, Charlie Shulz, Internet

(2) O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. 10:10, Allan Kardec

(3) O Livro dos Espíritos, q. 919, Allan Kardec

 

Imagem de Hans Braxmeier por Pixabay

Colunista
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