• 19/05/2024
06 Outubro 2021 às 16h37
Atualizada em 06/10/2021 às 19h11
Fonte de Informação: Redação - Cecília Calixto

Gastão Quirino: 38 anos levando arte e cultura para as ruas de Arcos

Atualmente a fanfarra conta com mais de 120 integrantes e busca se tornar um Patrimônio Histórico e Cultural da cidade de Arcos
Apresentação da Fanfarra Gastão Quirino

Na noite da última segunda-feira (04), foi realizada uma bela apresentação da Fanfarra Gastão Quirino na Casa de Cultura de Arcos. O evento, que iniciou às 19h, contou um pouco sobre a história da fanfarra Gastão Quirino que vem desenvolvendo um belo trabalho artístico e cultural há 38 anos, no município.

Estavam presentes na apresentação: Adriano Ribeiro, que é diretor da Casa de Cultura, e os familiares dos integrantes da fanfarra. Já as autoridades da cidade que foram convidadas não compareceram.

 

38 anos de história

Em entrevista ao Portal Arcos, Geralda Aparecida Nery – que é comandante da fanfarra – contou que a Fanfarra Gastão Quirino foi criada em 1983 (há 38 anos), pela senhora José Fina Terra, com o intuito de dar mais oportunidades para as crianças da cidade.  “Em 83 ela decidiu montar uma fanfarra porque os meninos não tinham a oportunidade de tocar na fanfarra que já existia na época. Eles não deixavam porque já era uma fanfarra completa e a gente estava chegando e não sabíamos tocar”.

Então José Fina Terra decidiu iniciar a fanfarra na Escola Municipal Dorvina Teixeira Arantes que, na época, funcionava na Casa de Cultura, pois, a escola estava passando por reformas. Então, a fanfarra iniciou e, devido ao grande sucesso, várias crianças começaram a mudar de escola e ir para a escola Municipal Dorvina Teixeira Arantes para poder participar da fanfarra.

A fanfarra carregou o nome de Dorvina Teixeira Arantes por dois anos, depois, passou a ser chamada de Fanfarra Municipal de Arcos por quatro anos. E em 1988, recebeu o nome de Gastão Quirino.

“Em 31 de outubro de 1887 o Gastão infelizmente faleceu. E como ele era muito querido e ele era muito entusiasmado com a Fanfarra, com a sua morte eles decidiram fazer essa homenagem, colocando o nome dele na fanfarra. Ele era funcionário da prefeitura, da área da educação” contou Geralda.

Geralda Nery também comentou que Gastão Quirino, que era seu primo, amava muito a fanfarra e que foi ele quem a ensinou a tocar todos os instrumentos. Então, no ano seguinte a sua morte, em 1988, a Fanfarra desfilou no dia 16 julho com o nome de “Gastão Quirino”.

 

“A gente tem de tudo nessa fanfarra. A gente tem avó, tem mãe, tem filhos [...]” – Geralda Nery

Geralda Nery que é comandante da fanfarra, desde 2016, disse que atualmente há 125 pessoas fazendo parte da fanfarra, sendo este o maior número de integrantes desde sua fundação.

Ela ressaltou que a Fanfarra Gastão Quirino é como uma família, com isso, qualquer pessoa pode chegar para participar: “A gente tem de tudo nessa fanfarra, a gente tem avó, tem mãe, tem filhos. Nós temos pessoas trabalhando com coisas valiosas, temos autoridades aqui dentro. E a partir do momento em que se passa por esses portões e veste o agasalho da Gastão a gente se torna uma família, a gente se torna irmão, ajudamos uns aos outros”.

 

Falta de investimento e valorização do setor público e privado – Devido à grande história e trajetória da Fanfarra Gastão Quirino, Geralda Nery, juntamente, com o apoio dos integrantes do grupo e de Adriano Ribeiro, tem buscado tornar a fanfarra em um Patrimônio Histórico e Cultural da cidade de Arcos. Para isso, já foi iniciado todo o processo necessário para conseguir o tombamento, que deveria ser uma iniciativa feita por parte do setor público.

Ao ser questionada se a fanfarra necessitava de mais investimentos por parte do setor público e privado de Arcos, Geralda disse que sim. Segundo ela, na maioria das vezes em que a fanfarra necessitou de algum uniforme ou outro equipamento, eles buscaram ajuda do setor público, porém, sem sucesso. Com isso, os integrantes da fanfarra tiveram que contar com a ajuda da população.

“Quando nós fizemos esses uniformes nós já havíamos pedido há muito tempo, vínhamos tentando há muito tempo e quando vimos que não íamos conseguir, nós nos reunimos e resolvemos que faríamos uma Rifa. [...] Fizemos os bilhetes e a Gastão fazia mutirão. Íamos para a porta dos lugares, dos eventos e em 14 dias a gente levantou R$4.800 e nós compramos esses agasalhos à vista”, comentou.

Ela também contou que antes os instrumentos da fanfarra ficavam fechados dentro da lanchonete que tem no Poliesportivo. E quando precisavam ensaiar eles ficavam nas escadarias do Poliesportivo ou na rua. Segundo Geralda, só agora, com a ajuda de Adriano Ribeiro, que eles conseguiram levar os instrumentos para Casa de Cultura, mesmo lugar onde fazem os ensaios atualmente. “Então, ajudando nós temos hoje apenas do Adriano, que abriu as Portas da Casa de Cultura pra gente hoje. Eu falo muito com os meninos que a Gastão só voltou pra casa”.

Geralda Nery também ressaltou que eles sempre recebem o apoio da Escola Estadual da Vila Boa Vista, que sempre empresta alguns instrumentos.

 

“Nós estamos renascendo. Estamos renascendo com muita luta, muita garra, muita vontade de fazer” – Geralda Nery

Ao final da entrevista ela agradeceu o apoio que sempre recebe da população, que sempre acompanha os trabalhos que a Gastão Quirino apresenta. Para Geralda, é este apoio que irá fazer com que a fanfarra venha renascer.

“Nós estamos renascendo. Estamos renascendo com muita luta, muita garra, muita vontade de fazer. Porque, se a gente veio até aqui sem nada, se tivermos alguém apoiando a gente vai crescer. É uma fanfarra que a gente tem um amor muito grande”.

Também terminou convidando a todas as pessoas que um dia queiram participar da fanfarra: “É o que eu sempre digo para as outras pessoas: ‘se alguém tiver vontade de tocar com a gente nós estamos de portas abertas’. A Gastão é, e vai continuar sendo uma casa de portas aberta. Não interessa se a gente não vai ter o tanto de instrumentos necessário, mas, fechar a porta a gente não fecha”.

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