O Pantanal é o menor bioma brasileiro e é único no mundo. É um bioma que imunda na época das chuvas, ficando intransitável por terra, é a maior planície de inundação do mundo com 250 mil km². Já na época de estiagem, os rios secam e não fica inundado. É considerado Patrimônio Natural Mundial pela UNESCO.

   Tanto o Pantanal quanto a floresta Amazônia são riquíssimos em biodiversidade. O Pantanal é um dois biomas com maior biodiversidade do mundo.

   A floresta Amazônia é a maior floresta tropical do mundo. A floresta Amazônia gera umidade que faz chover, os rios evaporam fazendo ter umidade. Por isto que nas cidades do Norte do país chove no fim da tarde todo dia, porque a umidade é grande. Além na própria floresta, faz chover em outros lugares, como exemplo uma parte das chuvas do sudeste é devido a massa de ar quente e úmida (mEc: massa Equatorial continental), também chamada de rios aéreos ou voadores, vinda da Amazônia, ela migra e a outra parte das chuvas é a evaporação do oceano Atlântico.

   Diminuindo a floresta, não haverá esta massa de ar úmida, aumentando as secas em várias regiões do Brasil e da América do Sul. Devido ao desmatamento da Amazônia desde o último ano, a Amazônia diminui a capacidade de levar chuvas para várias regiões, isto inclui para o Pantanal. Este ano já estava sendo um ano seco para o Pantanal, antes mesmo das queimadas de lá, e devido ao clima seco, as chamas se propagaram com muita mais facilidade e o controle das queimadas é dificultado.

As Queimadas

   Segundo o Inpe já são 6.771 focos de incêndio somente em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, de janeiro até início de outubro. Nos últimos dias, foram 200 novos focos em 24h. No Pantanal, já foram destruídos 3,4 milhões de hectares, isto dá mais de 20% do bioma.

   As queimadas aumentam a emissão de gás carbono, que aumentam a temperatura. Com consequência temos temperaturas batendo recordes dos últimos anos, ficando mais de 40°C em algumas regiões. Chegando em 44°C em Cuiabá (MT), 37,4°C na cidade de São Paulo (alcançou a 2° maior temperatura já registrada na história), algumas cidade do interior de São Paulo chegaram a 40°C, no Rio de Janeiro chegou a 49°C, em Goiânia chegou a 40°C, em Belo Horizonte foi registrado no sábado, dia 03/10, o dia mais quente da sua história com 37,8°C e no triângulo mineiro, Campina Verde, passou dos 40°C. A úmida do ar também se encontra em níveis preocupantes.

    A fumaça do Pantanal causa danos ao sistema respiratório na população próximo a ela. A fuligem das queimadas fica no ar, absorvendo a umidade e dificuldade a formação de chuva.

   O ar frio polar que normalmente chega em setembro foi desviado para alto-mar, não chegou a misturar com o ar quente para diminuir a temperatura. Foi desviado por conta do vento quente e seco de alta pressão, formado no centro do país, que impede formação de chuva, uma das possíveis causas pode ser pela fumaça das queimadas. Para ter uma ideia, a fumaça do Pantanal chegou aos céus de Curitiba, no Paraná, a 1800km.

   Com a perda vegetal do Pantanal devido as queimadas, pode-se afetar todo o bioma, afetando as cheias, por não ter vegetação pode alagar mais. Assim, prejudicar várias espécies que estão adaptadas. As queimadas estão matando vários animais que já estão ameaçados de extinção.
 

   A maioria das queimadas são feitas por produtores rurais principalmente para formar pasto para gado, para renovar o solo ou para a agronomia. Como é uma área alagada dificilmente pega fogo naturalmente. O maior vilão do desmatamento e das queimadas do Pantanal e da Amazônia é a pecuária. O irônico que as queimadas afetam as chuvas e assim pode reduzir a oferta de água para a produção agropecuária. Uma atitude simples que ajuda muito é ser vegetariano ou reduzir o consumo de carne, se uma grande parte da população fizesse isto, iria diminuir muito a produção da pecuária e assim o desmatamento.
Um outro vilão é a falta de políticas contra a destruição do meio ambiente e a falta de fiscalização. O atual ministro do meio ambiente exonerou fiscais do Ibama e cortou verbas destinadas ao desmatamento e às queimadas.

   Será que vamos chegar a ter consciência de que a devastação do meio ambiente não é nada vantajoso para o ser humano? Que a floresta "em pé" vale muito mais que ela desmatada para o plantio e criação de gado? Que está tudo interligado e que nem tudo é sobre dinheiro?

 Laucélly Avelar/  [email protected]

   Laucélly Avelar é arcoense, bióloga, professora de biologia e de idiomas. Estagiou no Projeto Tamar e no laboratório da Santa Casa de Dores do Indaiá. Cursou as disciplinas de "Climatologia Geral e Aplicada" e "Ecologia Aplicada" no Mestrado Profissional do IFMG Bambuí. Fez intercâmbio de trabalho voluntário em Educação Ambiental no Peru e participou de um Congresso Internacional na Alemanha.