• 07/05/2024
21 Agosto 2020 às 12h15
Atualizada em 21/08/2020 às 12h15
Fonte de Informação: Herivelto Rodrigues Soares

Falando de Finanças - Por Herivelto Rodrigues Soares

Herivelto Rodrigues Soares

Caro leitor,

 

Em cada um de nossos contatos por meio desta coluna, falamos do mercado financeiro com uma taxa básica dos juros da economia (SELIC) diferente. Atualmente, na menor taxa histórica, a SELIC está em 2,00% ao ano. Isto é bom? Isto é ruim? Depende da perspectiva de quem analisa e da situação financeira de cada leitor. O fato é que estamos vivendo uma nova realidade. Com o país em recessão em função da pandemia, o objetivo do BACEN (Banco Central) é manter uma política monetária que controle a inflação e estimule os investimentos para o país voltar a crescer. Uma taxa de juros baixa e as reformas estruturais em tramitação são importantes para uma retomada do crescimento e geração de emprego.

 

Do ponto de vista da situação financeira, se você for tomador de crédito, ou seja, se estiver devendo ou pensando em tomar crédito para algum objetivo de investimento ou gasto, o cenário é positivo. Como a taxa básica de juros está baixa, os juros para empréstimos também caíram. No entanto, os juros cobrados pelos bancos e financeiras, quase sempre serão maiores ou bem maiores que os juros que você como investidor consegue com uma aplicação financeira. Isto se deve ao spread dos bancos (o que eles ganham para te emprestar um dinheiro), além dos custos operacionais e gestão dos riscos.  Só a título de referência, enquanto a taxa SELIC está a 2% ao ano, com o CDI por volta de 1,90% ao ano, as taxas de algumas linhas de crédito boas como o empréstimo consignado em folha se situam por volta de 0,90% a 1,5% ao mês na média. As taxas de financiamentos imobiliários estão na faixa de 6,5% a 8,0% ao ano em média. Assim, mesmo estando mais baixos os juros, ao tomar crédito devemos avaliar com muita atenção as variáveis envolvidas, como: Renda do tomador é constante/segura? O objetivo do crédito é interessante? Vale a pena fazer dívida para este fim? Em quanto tempo pretendo ou consigo pagar? Qual taxa estão me oferecendo? Tem mais algum custo/despesa?

 

Até para o financiamento da casa própria, importante fazer uma boa análise da situação financeira e do mercado antes de fechar o negócio. Importante ter os “pés no chão”. Financiar agora pode ser fácil e parecer vantajoso. Mas, e no futuro? Geralmente financiamentos imobiliários são de longo prazo. O que pode acontecer com minha renda daqui a algum tempo? O que pode acontecer com o mercado? O imóvel que pretendo financiar vai se valorizar ou pode ter desvalorização? O tamanho e o valor do imóvel são adequados? Estas análises são fundamentais para que não haja arrependimentos futuros.

 

O mercado tem oferecido atualmente, além do financiamento do imóvel para residência, outras linhas de crédito com a garantia em imóveis. Esta linha de crédito, ainda muito utilizada no mercado americano (home equity), libera um percentual do valor de avaliação do imóvel para que o tomador invista os recursos em outras coisas. Até mesmo para pagar dívidas. Importante ter cuidado aí. Se os recursos forem bem empregados e a renda do tomador suportar o empréstimo, pagando em dia as prestações, no final o imóvel será liberado da alienação fiduciária ao banco. No entanto, se isto não ocorrer, o proprietário poderá perder o imóvel. Precisamos avaliar também como poderá se comportar o mercado imobiliário daqui para frente. Se você precisar vender o imóvel para quitar a dívida, conseguirá com facilidade? A qual valor? Este tipo de crédito foi um dos responsáveis pela crise financeira nos Estados Unidos em 2008 (crise do subprime ou bolha imobiliária americana), onde se admitia mais de uma hipoteca para o mesmo imóvel e o mercado ficou alavancado por um bom tempo.

 

Portanto, se você já tem dívidas, importante analisar as condições e taxas e tentar renegociar ou fazer a portabilidade para outra instituição com condições melhores. Se você pretende contrair dívidas, para qualquer que seja o objetivo, fundamental avaliar bem as condições ofertadas.

 

Agora, se você tem reservas financeiras, tem recursos aplicados ou para aplicar, a preocupação é bem diferente. Como já comentei em artigos anteriores, o desafio aqui é conseguir aplicações que garantam rentabilidade pelo menos acima da inflação, o que não está fácil se você tiver perfil conservador e continuar aplicando só em produtos tradicionais como CDB, POUPANÇA, LCI ou FUNDOS DI. Nestes produtos, com a taxa SELIC a 2,0%, você vai conseguir retornos próximos a 1,6% ao ano ou um pouco abaixo disso, descontados os impostos e taxas.

 

      Por isto, tenho insistindo na estratégia da diversificação. Tanto de mercado como de produtos. Diversificar em mercado de renda fixa, renda variável e multimercado. Dentro do mercado de renda fixa, diversificar em títulos da dívida pública (títulos do tesouro e outros do setor público) e títulos de dívida privada/corporativa (CRA, LCA, CRI, DEBÊNTURES....etc..).

 

      O importante é diversificar com segurança, colocando em papéis de maior risco, com menos liquidez, valores menores e que não farão falta no curto prazo. E alocar em papéis considerados mais seguros, mais líquidos e menor prazo, os recursos que poderão ser utilizados no curto prazo.

 

E ainda, se tiver perfil para um pouco de risco e pensar no longo prazo, poderá pensar em alocar um pouco em ações de empresas boas e com boas recomendações.

 

      Só a título de exemplos, mesmo com a SELIC a 2,0% ao ano e a inflação dos últimos 12 meses a 2,31% (IPCA), tem CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários), LCA (Letra de Crédito do Agronegócio) e CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) no mercado pagando juros de 4,0% ao ano + IPCA. Portanto, se você tiver recursos para aplicar e quiser ganhar rendimentos acima da inflação sem correr muitos riscos, a alternativa é a diversificação.

 

      Neste artigo, procurei falar de maneira simples, de alguns produtos do mercado financeiro e a importância de se avaliar com muita atenção as alternativas, antes de fechar o negócio, seja para tomar crédito, seja para investir. Dependendo da manifestação de interesse dos leitores, podemos voltar com assuntos específicos nos artigos futuros.

 

Com a palavra, vocês leitores.

 

      Por hoje é isto.

 

      Até a próxima.

 

Herivelto Rodrigues Soares

 

Obs: A matéria acima tem o objetivo de compartilhar percepções do mercado, contribuindo para educação financeira dos leitores. Não tratar como recomendação de investimentos.

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