Na última semana a equipe do Portal Arcos acompanhou a equipe da EMATER de Arcos em suas visitas na zona rural da cidade, iniciando o projeto Circuito Técnico “Pé no Chão”que é um processo de assistência técnica e extensão rural da EMATER-MG Arcos e Prefeitura Municipal de Arcos. Por este projeto, uma trajetória planejada é percorrida por profissionais da EMATER-MG, profissionais convidados, agricultores e agricultoras, tendo um foco de ação e objetivos pré definidos.

    Na primeira visita da realização do projeto, foi proposto como tema inicial a Bovinocultura e o Compost de Barn Agropedagógico, e como coordenador estava Zenaido Fonseca (Engenheiro Agronômo da EMATER-MG de Arcos) e Irani Leão (EMATER-MG de Arcos) que conduziram todo o circuito na companhia dos convidados, Sérgio Martins (Coordenador Regional EMATER-MG Patos de Minas), Lamartine Branquinho (Coordenador Regional EMATER-MG Divinópolis), Wellington Silveira (Gerente Regional da EMATER-MG Divinópolis), Alberto Paciulli (Zootecnista da EMATER-MG de Medeiros).

    O Circuito Técnico Pé no chão visa a importância da visita técnica e vem complementar a troca de saberes entre os profissionais da Assistencia técnica e extensão rural, nesse caso, da EMATER-MG, dando à família rural a oportunidade de visualizar os conceitos técnicos sobre determinado assunto de interesse. É um recurso didáticoagroecopedagógico que pode gerar ótimos resultados no processo de adoção ou não de tecnologias bens e serviços. A visita tem o objetivo de promover o intercâmbio dos agricultores, técnicos e setores parceiros e tem se confirmado como uma  oportunidade de ajudar as famílias rurais a tomarem decisões, reduzirem custos melhorar a produção, produtividade e melhoria de renda das atividades.

    Como o tema abordado do Circuito Técnico “Pé no Chão” era Compost de Barn, visitamos quatro propriedades locais para conhecer e aconselhar sobre o método na cidade, onde os produtores rurais em questão haviam desenvolvido ou estavam desenvolvendo a técnica. E para conhecer a aplicação do método de bovinocultura o casal de agricultores Rogério Andrade e Luciane Andrade vieram de Medeiros-MG para terem uma experiência de um dia sobre o Compost de Barn, para aplicarem da melhor maneira em sua fazenda. Em Arcos, foram visitadas as propriedades do Sr. Jair Teixeira Borges e família que tem unidade instalada para 100 vacas. Tambem visitaram nas comunidades de Sanana e Vermelhos, as propriedade de Cesar de Faria, Jucinê da Maria Helena e Welder do Domair. Em todos os lugares foram avaliados as questões técnicas referente a localização, construção, custos, manejo, legislação e subsídios para tomada de decisões quanto ao tamanho mínimo para o investimento.

   Uma oportunidede muita informação e partilha de conhecimentos e experiências abordando o primeiro enfoque do Circuito Técnico “Pé no Chão”, que foi idealizado pelo Engenheiro Agrônomo, Zenaido e executado pela EMATER de Arcos e a Prefeitura Municipal. Os produtores rurais de Arcos, puderam esclarecer mais sobre suas dúvidas na condução do Compost de Barn, sobre as maneiras certas de construir a estrutura, os cuidados, e analisar os pontos em que os mesmos deveriam investir para alcançar êxito na técnica.

   Técnica esta que está sendo a mais cobiçada para o gado leiteiro, foi criada nos Estados Unidos, e na última década, alguns produtores de leite iniciaram o uso desse novo sistema de confinamento chamado “compost barn” (estábulo com compostagem). O “compost barn” é um sistema de confinamento alternativo do conhecido sistema “loosehousing”, que visa primeiramente melhorar o conforto e bem-estar dos animais e, consequentemente melhorar os índices de produtividade do rebanho e é composto basicamente por uma grande área de cama comum (área de descanso), normalmente formada por maravalha ou serragem, separada do corredor de alimentação ou cocho por um beiral de concreto. O diferencial deste sistema é a compostagem que ocorre ao longo do tempo com o material da cama e a matéria orgânica dos dejetos dos animais e o processo consiste em produzir dióxido de carbono (CO2), água e calor a partir da fermentação aeróbia da matéria orgânica.

   No Compost Barn, as fezes e urina das vacas fornecem os nutrientes essenciais (carbono, nitrogênio, água e microrganismos) necessários para que ocorra o processo de compostagem. O oxigênio usado na compostagem é proveniente da aeração diária que deve ser realizada na cama. O sucesso do processo de compostagem depende da manutenção de níveis adequados de oxigênio, água, temperatura, quantidade de matéria orgânica e atividade dos microrganismos, que produzem calor suficiente para secar o material e reduzir a população de microrganismos patogênicos. Para que esse processo ocorra, a temperatura deve variar de 54 °C a 65 °C, a 30 cm da superfície da cama.

   Temos a certeza que o Circuito Técnico “Pé no Chão” veio para agregar na vida dos produtores rurais, abrindo oportunidades para que os mesmos possam a cada vez mais aperfeiçoar suas práticas rurais nas suas propriedades. Dia 18 de fevereiro o dia que se inicia mais uma mudança positiva na vida dos agricultores e agricultoras com a realização do projeto “Pé no Chão”.