Conta o Espírito Hilário Silva(1), que o professor e pedagogo francês, Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, numa triste manhã de abril de 1860, encontrava-se muito cansado e desanimado, em decorrência da falta de recursos financeiros para edificar a gigantesca obra que os Espíritos superiores colocaram em suas mãos poderosas. Também havia muita pressão por parte da sociedade cética e materialista da época, bem como da parte de líderes religiosos e dos tantos inimigos que a Doutrina Espírita conquistara por causa do seu conteúdo libertador.
Porém, naquela manhã em que as forças pareciam lhe faltar, recebera uma encomenda contendo um livro e uma carta que começava assim (2):
Paris, 1960 - Sr. Allan Kardec, respeitoso abraço. Com a minha gratidão, remeto-lhe o livro anexo, bem como a sua história, rogando-lhe, antes de tudo, prosseguir em suas tarefas de esclarecimento da Humanidade, pois tenho fortes razões para isto...
E prossegue o autor da carta, contando sua trágica história, que consistia no fato de que havia perdido sua esposa por doença grave e de modo abrupto, quando então seu mundo desabara, caindo em profundo estado depressivo. Prosseguia dizendo: “Sem confiança em Deus, sentindo as necessidades do homem do mundo e vivendo com as dúvidas aflitivas de nosso século, resolvera seguir o caminho de tantos outros, ante a fatalidade.” Ou seja, o suicídio:
Namorara diversas vezes o Rio Sena e acabei planejando o suicídio. Seria fácil, não sei nadar e sucediam-se noites de insônia e dias de angústia. Em madrugada fria, quando as preocupações e o desânimo me dominaram mais fortemente, busquei a Ponte Marie. Olhei em torno, contemplando a corrente. Ao fixar a mão direita para atirar-me, toquei um objeto que caiu da amurada, sobre meus pés. Era um livro! Peguei o volume e pude ler logo no frontispício: ‘Esta obra salvou-me a vida. Leia-a com atenção e tenha bom proveito. — A. Laurent.’ Estupefato, li a obra — “O Livro dos Espíritos” — ao qual acrescentei breve mensagem, volume esse que passo às suas mãos abnegadas, autorizando o distinto amigo a fazer dele o que lhe aprouver.
Ainda constavam agradecimentos, a assinatura, a data e o endereço do remetente.
Allan Kardec abriu o pacote. Era um exemplar de "O Livro dos Espíritos" e na página do frontispício, levemente manchada, leu com emoção, não somente a observação a que o rapaz se referira, mas também outra, em letra firme: "Salvou-me também. Deus abençoe as almas que cooperaram em sua publicação. — Joseph Perrier."
Diante dessa prova de que o Espiritismo resgata almas do desespero, da descrença, do materialismo, da falta de fé e porque não, da morte, Kardec entendeu de pronto que era preciso continuar, desculpando as injúrias, abraçando o sacrifício e desconhecendo o cansaço, as pedradas e as humilhações. E assim o fez! Continuou a trabalhar na edificação da Doutrina Espírita, pois faltava ainda (mal sabia ele, quatro obras) muito conteúdo para completar a base doutrinária da nova Ciência que despontava exuberante no horizonte da fé humana.
Ainda bem que o grande educador francês Hippolyte Léon Denizard Rivail, oculto pelo pseudônimo de Allan Kardec, não desistiu. Dessa forma, hoje, com toda a tranquilidade podemos desfrutar dessa bênção que é a Doutrina Espírita. Ela continua salvando vidas e apontando diretrizes de segurança para a grande aventura que é estar encarnado neste lindo planeta de expiações e provas!
Não desista nunca de viver, procure ajuda!
Muita paz a todos!
Ana Dulce Pamplona Frade
Centro Espírita Bezerra de Menezes
Rua Olegário Rabelo, nº 455, Bairro Brasília, Arcos/MG
Reuniões Públicas às terças feiras às 20hs e às quintas feiras às 19:30hs.
Aos sábados: Evangelização infantil e Escola de pais às 09:30hs; às 17h Campanha do Quilo e às 18:30hs Mocidade espírita.
Referências:
Fonte da imagem: Disponível em https://pixabay.com/pt/photos/um-livro-paginas-ler- treinamento-5178205/
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Acompanhe a entrevista realizada com Douglas, um dos integrantes da banda e conheça o ALL AGES Solidário, um projeto que uniu forças por uma causa muito especial.