• 29/04/2024
29 Março 2023 às 09h14

Evangelho – a educação para as almas

Nos dias em que vivemos, não são poucos os que buscam atribuir os dramas da humanidade à notável desigualdade social, cultural e econômica que se estabeleceu entre os homens na Terra. Dificuldades incontáveis, surgem das mais variadas origens. Alguns possuem o conforto do dinheiro e a mente adornada pelas luzes da cultura; outros penam a escassez da pobreza, limitados pelas sombras da ignorância. Mas, cada criatura no mundo é mordomo dos bens divinos, na posição que ocupa em um ponto qualquer entre esses dois extremos. São notórias, porém, as dificuldades que a grande maioria enfrenta, diante dos desafios a que foram chamados a vivenciar, nas camadas sociais em que se movimentam.

Seja qual for o caso que se queira analisar, a inabilidade do indivíduo frente às propostas de progresso que a vida lhe impõe, é evidente. Falta-lhe o arrimo de valores mais sólidos, que lhe possa ser roteiro seguro no caminho e que o livre das armadilhas do orgulho que espreitam aos cultos e abastados, bem como das sugestões à revolta, que muitas vezes assombram o coração e a mente dos carentes e iletrados.

Alertam-nos os Espíritos superiores que Cada época é marcada, assim, com o cunho da virtude ou do vício que a deve salvar ou a perder. A virtude da vossa geração é a atividade intelectual; seu vício é a indiferença moral”. (1) Não há dificuldade em atestarmos tal afirmação; ricos e cultos, pobres e iletrados, no brilho dos palácios ou na penúria dos casebres, colhem as dificuldades próprias das almas deseducadas. Têm como causa comum de suas dificuldades, o distanciamento voluntário a que se dedicam do evangelho do Cristo.

Vejamos nas narrativas bíblicas, os exemplos que nos chegam nas figuras de Saulo, o rico e culto rabino da cidade de Tarso, em contraste com a simplicidade rude de Pedro, o pescador de Betsaida na Galileia.

O jovem Saulo, personalidade dominante. Sua posição de comando, seu preparo cultural e sua influência incontestável nos círculos sacerdotais de Jerusalém, aguçavam ainda mais seu orgulho. Impunha sua vontade através do verbo inflamado, conhecedor profundo das escrituras, usava e abusava de sua força e poder, não poupando vidas inocentes na defesa da pureza do Judaísmo Mosaico. Sua visão religiosa não conhecia a leveza da tolerância, tão pouco os benefícios do perdão. Porém, chegou pra ele, e chegará também para nós, o momento de conhecer as concepções libertadoras da boa nova.

Jesus o buscou às portas de Damasco e o espírito destemido de Saulo, que até então só conhecia o grito ardente da justiça, foi constrangido pelo convite suave do amor. Amparado a partir de então pela presença amiga do mestre, conheceu as lições renovadoras do evangelho. Em combate incessante contra as velhas tendências movidas pelo orgulho e a vaidade, venceu a si mesmo, tomou sobre os ombros o jugo de Jesus e permitiu-se renovar. Os velhos títulos e planos do passado já não o interessavam mais. A cultura arrogante, dera lugar agora à sabedoria humilde. A riqueza material, cedeu lugar aos tesouros do espírito. O evangelho havia feito morrer Saulo e renascer Paulo, renovado para as lutas que o tornariam o grande divulgador do Cristianismo no mundo.

Da mesma forma, Pedro o pescador humilde, foi convidado a seguir Jesus. O homem de vida simples às margens do Genesaré, era conhecido por seu temperamento rude. Muito embora possuísse um coração bondoso, era muitas vezes traído por seu gênio intempestivo. Sua vida era isenta de complexidades, vivia para o trabalho e os afazeres comuns de sua aldeia. Muitos comentadores dos textos bíblicos, o classificam como sendo o apóstolo de personalidade mais comum, se assemelhando muito a qualquer um de nós, que trilhamos com dificuldade os caminhos desse mundo. Não era homem letrado, talvez nem fosse alfabetizado. Acostumado à simplicidade de raciocínio, não compreendia com clareza a proposta do divino Rabi. Mas a luz imperecível do evangelho iluminou seu coração. Sob os alvitres de Jesus, não hesitou em segui-Lo por caminhos que ele se quer poderia imaginar.

As limitações intelectuais de Pedro, não o impediram de assimilar com grande intensidade a proposta educadora da boa nova. Aos poucos o amor impregnado nas palavras e exemplos do Mestre, foi moldando e retificando o caráter vacilante do pescador. Por fidelidade a Jesus, superou grandes dilemas íntimos, forjou no espírito as qualidades superiores dos que aprendem a renunciar amando. O pescador pobre e iletrado, jogava agora as redes do amor sobre as almas cansadas do mar da vida, rico da sabedoria divina que havia conquistado. Educado pelos ensinos de Jesus, liderou o colégio apostolar. Seu temperamento rude e intempestivo, deu lugar a doçura que compreende, tolera, renuncia e consola. Do árduo trabalho de transformar-se a si mesmo pelas rotas do evangelho, conquistou a condição de pedra fundamental do cristianismo no mundo.

Temos aprendido há milênios, que só a plataforma de redenção trazida por Jesus aos homens, é capaz de educar a alma, permitindo aprender a humildade e a fraternidade, enquanto estagia em posições de privilégio monetário e cultural, bem como desenvolver a paciência, a resignação e a fé quando é convocado a uma existência de escassez de recursos e limitações culturais.

                                                                                                                                Abraços fraternos!

                                                                                                                                        Joel Bazílio

([email protected])

 

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Referências:

  1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Cap. XI, item 10.

Fonte da imagem: Disponível em https://pixabay.com/pt/users/fshh-1451325/?utm_source=linkattribution&utm_medium=referral&utm_campaign=image&utm_content=1323895

 

 

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