• 29/04/2024
10 Outubro 2022 às 10h09

Médiuns e Mediunidade - Todos somos médiuns?

É comum que existam entre os simpatizantes e até mesmo entre os espiritistas mais experientes, dúvidas sobre alguns aspectos fundamentais da doutrina dos espíritos. Entre as mais comuns, citamos seguramente, as que dizem respeito aos médiuns e ao fenômeno da mediunidade. Todos somos médiuns afirmam alguns, ou indagam outros, demonstrando em ambos os casos, conhecimento incompleto a respeito desse princípio básico do Espiritismo.

 

O termo “médium” foi criado por Kardec e em sua conceituação simplificada, significa o intermediário, o meio de ligação entre o mundo espiritual e o material, o que se pode dar das mais variadas formas conforme as características e qualidades de cada indivíduo. Decorre desse conceito que “mediunidade” seria a capacidade que possui o encarnado de se tornar o intermediário entre esses dois mundos.

 

No capítulo XIV de o Livro dos Médiuns, segunda obra da codificação, item 159, Kardec coloca o assunto nesses termos:

 

Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo.  Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. (1) (Grifo nosso)  

 

               Como explica Kardec, todos sentimos em algum grau a influência dos espíritos. Seja em forma de uma intuição, de um pressentimento, uma emoção repentina. É a manifestação da nossa constante relação com o mundo espiritual e suas nuances. Porém, essa possibilidade inerente ao homem encarnado não o torna “médium” na conceituação clássica do codificador.

 

            Para efeito de comparação, façamos o seguinte raciocínio: todos nós podemos cantar em um momento qualquer de nossa vida, durante o banho por exemplo, ou podemos escrever algum texto, uma carta, um bilhete, etc., porém cantar no chuveiro não nos faz cantor no real significado do termo, escrever uma carta não nos qualifica como escritor ao nível do baiano Jorge Amado, o renomado autor internacionalmente reconhecido. Do mesmo modo, sentir a influência dos espíritos em grau relativo, não nos torna “médium” na conceituação proposta por Kardec.

 

              Podemos dizer, portanto, que todos temos “mediunidade”, posto que todos estamos sujeitos às influências do mundo dos espíritos, porém nem todos devemos nos considerar “médiuns”, já que essa é uma faculdade que se expressa por efeitos e características marcantes e de intensidade inconteste.

 

              Mas o “médium” não deve ser por isso considerado um ser especial ou portador de dons divinos, um espírito de categoria elevada, que mereça culto ou idolatria, como também é comum se veja entre os espíritas menos esclarecidos. Tão pouco devem os mesmos dar vazão à vaidade e orgulho na ilusão de serem de alguma forma, seres escolhidos por Deus para uma “missão” de especial valor entre os homens.  Na maioria das vezes, se dá exatamente o contrário, como nos ensina o benfeitor Emmanuel:

 

Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso... Quase sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder... São almas arrependidas que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia. (2)

 

       

Abraços fraternais!

 

Joel Bazílio

([email protected])

 

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Referências:

 

  1. Kardec, Allan. O livro dos médiuns, capítulo XIV, item 159.
  2. Xavier, Chico. Emmanuel.

Fonte da imagem: Disponível em https://aeev.org/mediunidade/ Acesso em
10/10/2022.

 

Colunista
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