• 19/06/2025
20 Maio 2022 às 12h21
Fonte de Informação: Da Redação - Cecília Calixto

Entrevista: ciclistas de Arcos falam um pouco sobre o amor pelo esporte que mais cresceu nos últimos anos

No Brasil, o ciclismo é um dos esportes que teve o maior crescimento nos últimos anos e não foi só no período da pandemia da Covid-19, ainda neste ano os números da venda de bicicletas, tanto como meio de transporte como para praticar o ciclismo, chegaram a um patamar que não alcançava desde 2013. De acordo com dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), as vendas deste ano já conseguiram ultrapassar 10,7% a mais que todas as vendas de 2021.   

E na cidade de Arcos o crescimento de pessoas que praticam o ciclismo é visível e, praticamente todos os dias tem alguém tentando iniciar no esporte. Então, para falar um pouco mais sobre o amor pelo ciclismo, a reportagem do Portal Arcos fez um bate papo com alguns amantes do esporte.  

 

“Eu pedalo desde 1990, então já são 32 anos mais ou menos que eu conheci o Muontain Bike e me apaixonei, estou até hoje” – Marco Antônio da Silva

Marco Antônio da Silva, mais conhecido como chu, tem 53 anos, é aposentado e nos contou que iniciou no esporte nos anos 90.  

“Na época não era algo comum, mas eu tinha um primo que me apresentou, ele andava de bicicleta e montava corridas de bicicleta na região. Então, ele me apresentou o Mountain Bike, eu fui e comprei uma bicicleta e desde então estou pedalando”.

Ele contou que começou como uma forma de iniciar uma atividade física e cuidar da saúde e que durante um tempo também treinava para participar de competições. “Durante uns 15 anos eu pedalava treinando, para pegar performance e participar das competições, até os meus 45 anos eu ainda competia. Depois a idade pesou um pouco e começou a ficar sacrificante, porque não é fácil, então hoje, já tem uns 8 anos que o Mountain Bike é curtição mesmo”

Marco Antônio comentou que o amor pelo esporte também contagiou a família e que hoje, sua esposa e filhos também andam de bicicleta e eles costumam sair juntos para pedalar. Ele também comentou que o amor pelo esporte também tem alcançado outras pessoas, pois, é visível o aumento do número de ciclistas na cidade. E segundo ele, a tendência é que o ciclismo cresça ainda mais.

“É algo que começa de boca a boca: um amigo meu começa a pedalar e ele indica para outro amigo e assim vai. E vão sendo criados os grupinhos e eles vão crescendo. E como a gente gosta do esporte a gente quer é que cresça o esporte para termos mais companheiros pedalando com a gente”. 

Ao final da conversa perguntamos para Marco Antônio o que o ciclismo representa para ele. Em resposta ele disse: “O ciclismo é amor mesmo. Eu me identifiquei muito com a bicicleta, é aventura, é adrenalina, aquela vontade de ter uma performance boa. É paixão mesmo, é um esporte que eu gosto de assistir e de praticar, me identifiquei muito”.

 

“Para mim o ciclismo é um meio de distração, se eu estou muito estressado eu gosto de sair e pedalar para desestressar, encontrar com os amigos e relaxar” – Rafael Henrique de Souza

Já Rafael Henrique de Souza, de 15 anos, começou no esporte a menos tempo, há três anos, um pouco antes da pandemia. Ele contou que começou a praticar o ciclismo por influência dos amigos. “No começo foi por causa de incentivo, eu tinha alguns colegas que praticavam, então eu decidi começar também”.

Assim que começou Rafael já gostou da ideia e recebeu o incentivo dos pais. Hoje ele estuda, trabalha e treina com dedicação, com o intuito de participar das competições. Ele também já conseguiu influenciar seu irmão de 9 anos, que hoje também pedala.

Para Rafael, o ciclismo é uma forma de se distrair e passar um tempo com os amigos. “Para mim o ciclismo é um meio de distração, se eu estou muito estressado eu gosto de sair e pedalar para desestressar, encontrar com os amigos e relaxar”.

Rafael nos contou que atualmente tem o desejo de se tornar um atleta profissional e para isso é necessário muito foco e dedicação. “Esse ano, se Deus quiser eu quero participar, quero tentar o campeonato mineiro, então vou performar para disputar. E tenho o desejo sim de me tornar um atleta profissional, mas é algo que tem que treinar muito e performar”.

Além da dedicação, Rafael comentou que também é necessário mais incentivos, públicos ou privados, para que os atletas consigam chegar mais longe nas competições. “Falta mais é apoio, pois o ciclismo é um esporte caro, as peças são caras, então a gente tem que trabalhar para conseguir manter a bicicleta. E se a gente tem que trabalhar, a gente não vai conseguir performar da mesma maneira que uma outra pessoa que fica por conta de treinar, então é mais difícil. Nem precisa ser um apoio de dinheiro, mas pode ter um incentivo de pagar um hotel ou uma passagem”, comentou.

 

“Acaba sendo mais do que um simples amor pelo esporte, acaba se tornando um estilo de vida [...]” – Júnior dos Santos

O terceiro ciclista é Júnior Rabelo Amorim Cândido dos Santos, ele tem 37 anos e é Eletrotécnico. Ele começou a praticar o ciclismo bem cedo, quando tinha apenas 2 anos de idade.

“Eu comecei a pedalar aos 2 anos, fui incentivado pela família. Na época o que estava em alta era o bicicross, eu morava em Belo Horizonte e estava tendo essa febre e meus pais me levavam no Parque das Mangabeiras e no parque Municipal para brincar, tinha as pistas de bicicross lá”.

Mas, Júnior começou a se dedicar mesmo quando tinha 12 anos. Foi quando ele começou a treinar para participar de competições e desde então, não parou.  

Ele comentou que a influência dos seus pais foi muito importante para ele iniciar no esporte, e que hoje ele também tenta incentivar e ser um exemplo para a sua filha. “Eu tenho minha filha e eu a tenho estimulado de todas as formas, com leitura, música e principalmente com o esporte. Eu tento servir de exemplo para a minha filha, então, eu vou as competições e levo ela para participar, quando eu subo no pódio eu levo ela junto comigo e agora ela já está crescendo com essa preferência pelo esporte”, comentou.

Estilo de Vida

Para Júnio dos Santos o ciclismo representa muito mais do que um amor, é um estilo de vida.

“Acaba sendo mais do que um simples amor pelo esporte, acaba se tornando um estilo de vida, porque são muitos anos praticando e ou você gosta ou você larga de lado, porque é um esporte que te proporciona muita dor física e mental”.

Para ele, o ciclismo também representa uma forma de aproveitar a vida e de curtir os momentos com a família e as outras pessoas: “Muitas pessoas falam que acordar 4 horas da manhã para pedalar 150 km é loucura, mas, para mim loucura é você desperdiçar uma manhã de domingo dormindo até tarde, porque ficou a madrugada bebendo e o seu domingo passa e você não fez nada. Então, são conceitos diferentes do que é aproveitar e o que é curtir”.

Além disso, Júnior disse que quando está pedalando ele também consegue usar o momento para refletir e pensar sobre e vida.

“Esse estilo de vida que eu vivo me remete várias sensações e sentimentos que só praticando o esporte que você vai poder experimentar. Fazer atividade física também é um momento introspectivo, pois você reflete sobre o dia a dia, sobre o que você está vivendo e você acaba tendo uma clareza melhor sobre as coisas, sobre suas ideias. Então, vai muito além da mera atividade física, pois é um estilo de vida”.

Ao final ele também ressaltou que o ciclismo é uma forma de cuidar da saúde e de ter uma vida mais prolongada. “Você não precisa ser um atleta de auto rendimento, se você manter uma constância no esporte você vai ter uma qualidade de vida muito boa, você sai do sedentarismo, você sai da sua zona de conforto. E eu tenho isso comigo, que eu quero cuidar da minha saúde para ter qualidade de vida, poder envelhecer bem e ter uma condição boa pra aproveitar as outras coisas, poder curtir momentos em família, para conhecer pessoas que têm a mesma energia que você”

 

“O ciclismo ele te proporciona muita coisa boa, eu falo que vai da saúde até a socialização, ele abre uma gama muito grande [...]” – Antônio Carlos de Souza

O Cirurgião Dentista, Antônio Carlos de Souza pratica o Mountain Bike desde 1998. Segundo ele, na época o esporte também estava bem popular. “Começou uma pequena febre de Mountain Bike aqui e eu estudava em Lavras e lá já era forte o esporte, aí eu abracei a causa, já era algo que eu gostava muito. Então, comecei a pedalar por hobby e peguei gosto”.

Ele comentou que chegou a treinar para participar de algumas competições, mas, hoje ele treina como uma forma de diversão e que também busca incentivar sua filha  no esporte.

“Pra mim no momento o ciclismo é uma forma de lazer, mas já foi a minha academia, já foi o meu esporte número um, mas, hoje eu o tenho como lazer e estou tentando incentivar a minha filha mais nova a levar como esporte, ela tem 10 anos e já está indo para o Mountain Bike, ela tomou gosto também e adora”, comentou.

Para Antônio Carlos, o ciclismo além de proporcionar saúde e condicionamento físico ele também fornece as pessoas uma oportunidade de socialização.

“O ciclismo ele te proporciona muita coisa boa, eu falo que vai da saúde até a socialização, ele abre uma gama muito grande, é um estilo de vida. Quanto a socialização eu falo porque tem pessoas que têm uma certa dificuldade de conversar e de estar em um ambiente ou outro e o ciclismo ajuda nisso”

 

“Ele representa muita coisa para mim, pois antes eu saia no fim de semana pra beber e o que me motivou a parar com isso foi o ciclismo, foi o esporte” – Jardel Batista da Cruz

Também conversamos com Jardel Batista da Cruz, ele tem 39 anos e pratica o esporte há 10 anos.

Ele nos contou que primeiro começou praticando skate e depois começou a andar BMX, porém, após ouvir falar sobre o Mountain Bike decidiu iniciar:“Eu peguei a bicicleta do meu irmão e comecei, eu gostei muito, continuei e estou até hoje”.

Segundo Jardel, a influencia de alguns amigos o motivou a começar nesse esporte, mas outro fator também foi muito importante.

“Ele representa muita coisa para mim, pois antes eu saia no fim de semana pra beber e o que me motivou a parar com isso foi o ciclismo, foi o esporte. Hoje eu entendo que vale muito mais apena você separar um tempo para pedalar e cuidar da saúde do quê sair pra beber”. Jardel também faz natação e gosta de praticar a corrida.

Ao final, Jardel ressaltou que este é um esporte que tem conquistado muitas pessoas e que a tendência é só crescer: “É um dos esportes que está mais crescendo, desde quando começou a pandemia foi o esporte que mais cresceu no Brasil. Porque você não podia sair, não podia ir para a academia, então as pessoas começaram a pedalar. Em Arcos, o pedal está crescendo muito e as pessoas estão gostando. Muita gente que me criticava, principalmente por causa da roupa, hoje já anda, pratica também e gosta muito”.

 

 

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