• 20/04/2024
04 Abril 2022 às 12h26
Fonte de Informação: Redação - Cecília Calixto

TEAcolhe comemora com passeata o Dia Mundial de Conscientização do Autismo

No último sábado (02) foi celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, e a Associação TEAcolhe (Associação de Apoio aos Pais e Familiares de Pessoas com Transtorno do Espectro Autista de Arcos) realizou uma passeata para falar sobre o assunto.

A passeata aconteceu no centro da cidade, às 08h30, saindo da Praça Olívio Vieira de Faria (praça do vivi), descendo para a Praça Floriano Peixoto e retornando para a Praça Olívio Vieira de Faria.

Estavam presentes todas as pessoas que fazem parte da associação, os pais e filhos que são acompanhados por ela e também professores e alunos de algumas escolas de Arcos.

 

“É muito importante fazer essa conscientização do autismo, pois, enquanto não chega na família [...] a pessoa não tem a dimensão de como é” – Cleuza Lima

Em entrevista ao Portal Arcos, Cleuza de Fátima Oliveira Lima, que é psicóloga e uma das fundadoras da associação, falou sobre a importância da passeata que eles estavam fazendo. Segundo ela, essa é uma forma de levar mais conscientização para a população que desconhece muito sobre o assunto.

 

“É muito importante fazer essa conscientização do autismo, pois, enquanto não chega na família ou perto, através de conhecidos ou vizinhos, a pessoa não tem a dimensão de como é o tratamento dessa síndrome, como que você deve lidar, como se deve orientar, como se deve perceber essas pessoas. Porque a nossa associação dá o apoio e orienta esses pais e familiares. Então, quando você sente na pele é diferente”, comentou.  

Perguntamos a ela se a associação considera necessária que sejam feitas mais políticas públicas voltadas para as pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista). Em resposta, ela disse que, inicialmente, considera mais importante que as políticas públicas já existentes saiam do papel e comessem a ser executadas.

“Com relação a políticas públicas, acho que falta sair do papel. No papel está muito bonita a lei, pois é algo que acolhe a todos e que dá essa condição para todos serem acolhidos e bem tratados, mas, a execução e a realidade ainda não existem. Existe essa necessidade de que tudo aquilo que se tem como idealismo seja algo a ser concretizado”.

Ela também comentou que é necessário que tenham mais profissionais que se disponham a atender as pessoas com TEA, pois, muitas famílias não têm condições de pagar alguns tipos de atendimentos e tratamentos.

“Eu acredito que precisamos de profissionais que possam dar orientação, que possam acolher, que possam dar condições para que o autista tenha essa condição de desenvolvimento normal. As terapias ocupacionais, os psicólogos, o neuropediatra, que faz o diagnóstico. E como não tem esse apoio, acaba sendo um custo muito alto que a maioria não tem como assumir. E o tempo vai passando e para o autista quanto mais rápido o diagnóstico fechado, as terapias e os serviços com os profissionais, melhor a qualidade de vida e maior a adaptação. Tudo para a criança se tornar mais fácil e para os pais principalmente, pois, eles sofrem em dobro”, comentou.

 

“[...] É muito fácil as pessoas falarem sobre inclusão, sendo que tem muitas que não agem dessa forma de participar, de entender e de buscar conhecimentos” – Cleide Modesto

A reportagem do Portal Arcos também conversou com Cleide Modesto da Silva Santos, que estava presente na passeata com seu esposo Antônio Carlos dos Santos e sua filha Ana Laura Santos, que é uma criança que tem TEA.

Cleide falou que a passeata que estava sendo realizada era uma forma de levar informação a população, que infelizmente, fala sobre inclusão, mas, na verdade não conhece sobre o assunto e nem sobre a condição das pessoas com TEA.

“A questão é que é muito fácil as pessoas falarem sobre inclusão, sendo que tem muitas que não agem dessa forma, de participar, de entender e de buscar conhecimento. Então é isso que estamos mostrando para as pessoas, porque não é só vestir uma camisa e vir para a passeata e sim entender e estar por dentro da causa”.

Segundo ela, a falta de informação sobre o assunto é muito grande. Ela até comentou que, quando as camisas da associação ficaram prontas muitas pessoas perguntaram sobre o que era o Autismo e como era a condição das crianças que tinham o TEA.

“Antes da passeata, quando chegaram as camisas, muitas pessoas perguntaram sobre o que é o autismo e como é a condição da criança. Então, por isso, eu acho que está precisando de mais esclarecimento e essa passeata vai ajudar muito as pessoas. Depois dessa passeata muita gente que não entende vai buscar conhecimento e vai ter mais inclusão. E é o que estamos precisando”, comentou.

 

Mais informação nas escolas

Cleide também comentou sobre a situação das escolas. Segundo ela, os professores estão bem informados sobre o assunto, porém, é necessário que isso também seja repassado a todos os alunos.

“Sobre as escolas eu acho que a palavra inclusão está precisando ser mais esclarecida, principalmente, pelos professores. Não pelos professores de apoio. Porque os professores no geral deveriam conversar com os alunos a respeito de uma criança especial que está na sala de aula, porque têm muitas crianças que não sabem e que não entendem. Então, está precisando de mais palestras, mais conhecimento nas escolas, para poder fazer com que as crianças tenham essa inclusão. As professoras têm, mas as crianças não. Então, é necessário que os professores façam mais palestras para falar sobre o autismo e sobre as várias outras deficiências”, ressaltou.

 

“Não existe um ser diferente. Nós somos iguais com maneiras e atitudes diferentes em ver o mundo” – professora Cíntia Moura

Também conversamos com a professora de apoio Cíntia Aparecida da Silva Mora, que trabalha há 32 anos como professora e há anos como professora de apoio. Atualmente ela é professora de apoio na Escola Municipal Olinda Veloso.

Em entrevista, Cíntia falou sobre o que a levou a se tornar uma professora de apoio: “Eu, enquanto regente, eu observava a necessidade que as crianças tinham em fazer um trabalho diferenciado. Então eu comecei a estudar e a ver que nós somos iguais, porém temos um sistema diferente para aprender, então nós temos que ter maneiras diferentes de oferecer essas oportunidades a todas as crianças. E com as crianças autistas não é diferente. Nós temos que estar nos preparando a cada dia para atender cada um na sua maneira de aprender”.

Cíntia também comentou sobre a importância de se falar mais sobre o assunto, para a conscientização da população e do poder público. Segundo ela, é necessário que as pessoas conheçam e respeitem as limitações de cada um.

“No meu pensar, é preciso trabalhar isso no dia a dia com toda a sociedade, porque enquanto a lei está no papel ela é muito bonita, mas, até que ela se transforma em realidade é preciso muitas lutas. E a gente conscientizando, aos poucos as pessoas vão conhecendo e aprendendo a respeitar o direito e a respeitar as limitações de cada um. Não existe um ser diferente. Nós somos iguais com maneiras e atitudes diferentes em ver o mundo”, finalizou.

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