• 28/03/2024
14 Março 2022 às 10h55

AS GUERRAS E AS LEIS NATURAIS – COMPREENSÃO DO ESTÁGIO ATUAL DA HUMANIDADE – PARTE II

Em ‘A Gênese’, por intermédio da explanação extraída do Capítulo III, ‘O bem e o mal’, esclarecendo sobre a Origem do bem e do mal, especificamente em recorte para este conteúdo atentando para o que está contido nos esclarecimentos iniciais no item 08, cuja reprodução a seguir é parcialmente realizada nos seguintes termos:

 

Pode dizer-se que o mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor. Assim como o frio não é um fluido especial, também o mal não é atributo distinto; um é o negativo do outro. Onde não existe o bem, forçosamente existe o mal. Não praticar o mal, já é um princípio do bem. Deus somente quer o bem; só do homem procede o mal. Se na criação houvesse um ser preposto ao mal, ninguém o poderia evitar; mas, tendo o homem a causa do mal em SI MESMO, tendo simultaneamente o livre-arbítrio e por guia as leis divinas, evitá-lo-á sempre que o queira[i].

 

Partindo dessas relevantes premissas e buscando estabelecer diálogo para a finalidade de coerência com o conteúdo anteriormente publicado neste espaço[ii], temos um claro reforço sobre a afirmação da nossa natureza marcada pelos laços materiais ainda predominantes, reiterando assim, o nosso desconhecimento das leis do Criador.

 

Habitualmente a humanidade busca “terceirizar” a responsabilidade por atos que sabidamente identificam como maus, atribuindo a sua autoria ou coparticipação a diversos sujeitos, mas que, no mais das vezes, possui participação direta e determinante para a concretização dos resultados que buscam esquivar e, portanto, furtar a devida responsabilidade.

 

Ainda nos mesmos esclarecimentos extraídos de ‘A Gênese’, mas regressando ao item 03 está esclarecido sobre a existência do mal e a sua causa. Nos relatos há uma divisão em que constam os seguintes dizeres:

 

Os males de toda espécie, físicos ou morais, que afligem a humanidade, formam duas categorias que importa distinguir: a dos males que o homem pode evitar e a dos que lhe independem da vontade. Entre os últimos, cumpre se incluam os flagelos naturais. O homem, cujas faculdades são restritas, não pode penetrar, nem abarcar o conjunto dos desígnios do Criador; aprecia as coisas do ponto de vista da sua personalidade, dos interesses factícios e convencionais que criou para si mesmo e que não se compreendem na ordem da natureza. Por isso é que, muitas vezes, se lhe afigura mau e injusto aquilo que consideraria justo e admirável, se lhe conhecesse a causa, o objetivo, o resultado definitivo. Pesquisando a razão de ser e a utilidade de cada coisa, verificará que tudo traz o sinete da sabedoria infinita e se dobrará a essa sabedoria, mesmo com relação ao que lhe não seja compreensível. [iii]

 

Em citação do Divino Mestre, o evangelista Mateus, na passagem 18:7[iv] traz lapidar advertência para a humanidade nos seguintes dizeres: ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!”.

 

Neste compasso de ideias, a Doutrina Espírita explica que tudo se encadeia no Universo. Nada acontece ao acaso. Há em tudo uma sequência natural de causas e efeitos, ação e reação.

 

Cada criatura humana se define pela sua consciência[v] que a separa dos irracionais e lhe confere a dignidade espiritual. Conscientes do que somos e do que fazemos, somos naturalmente responsáveis pelos nossos atos.

 

Estabelecida a afirmação acima em outras palavras, não nos adianta plantarmos figos e pretendermos colher mangas, a Lei da Semeadura é manifestação inafastável. A Semeadura e a Colheita são questões indissociáveis.

 

As leis de Deus inscritas na consciência de cada um levam o culpado a pedir o seu próprio castigo e recuperação[vi].

 

A lei de Causa e Efeito[vii], por outro lado, outorga àqueles que se voltam para o Bem e o Amor, a colheita dos frutos sazonados, como resultado de seus esforços na Seara do Bem.

 

Compete-nos, assim, em qualquer circunstância, eleger o melhor que o nosso discernimento determinar, porque se a semeadura em qualquer parte é livre, a colheita é compulsória e com ela nos defrontamos mais cedo ou mais tarde.

 

O Divino Mestre os convida a seguirmos a Lei de Amor, por diversas oportunidades e manifestações, destacando aqui “A cada um será dado segundo as suas obras...”. Se o tempo é patrimônio comum para todos o uso bom ou mal que dele fizermos é problema particular de cada um.

 

Reiterando a manifestação, pessoal, contida na parte I, após dedicados estudos e reflexões extraídos dos ensinos do Mestre do Amor, não há mais espaço para, em pleno Século XXI, haver predominância do uso da força desmedida ameaçando valores como a cooperação, esta manifestação clara de ideais de solidariedade e fraternidade, cujos valores externam a Lei de Amor[viii], esta verdadeira manifestação de vigência e validade no nosso planeta escola.

                       

Victor de Miranda Fonseca Viana

 

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[i] KARDEC, Allan. A gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Cáp. 03: O bem e o mal. FEB.

[ii]Disponível em <https://www.portalarcos.com.br/noticia/32628/as-guerras-e-as-leis-naturais-compreensao-do-estagio-atual-da-humanidade>. Acesso em 14/03/2022.

[iii] KARDEC, Allan. A gênese: os milagres e as predições segundo o Espiritismo. Cáp. 03: O bem e o mal. FEB.

[iv] BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução de Ivo Storniolo e Euclides Martins Balancin. São Paulo: Editora Paulus, 1990.

[v] KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 9ª ed. Boa Nova Editora, 2004. Questão 621: Onde está escrita a Lei de Deus? Na consciência”.

[vi] KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 9ª ed. Boa Nova Editora, 2004. Questão 780, “a”: “Como pode o progresso intelectual engendrar progresso moral? Fazendo compreensíveis o bem e o mal. O homem, desde então, pode escolher. O desenvolvimento do livre-arbítrio acompanha o da inteligência e aumenta a responsabilidade dos atos”.

[vii] KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 9ª ed. Boa Nova Editora, 2004. Questão 807: “Que se deve pensar dos que abusam da superioridade de suas posições sociais, para, em proveito próprio, oprimir os fracos? Merecem anátema! Ai deles! Serão, a seu turno, oprimidos: renascerão numa existência em que terão de sofrer tudo o que tiverem feito sofrer aos outros.” 

[viii] Emmanuel, na obra ‘Há dois mil anos’, citando o seu encontro com o Divino Mestre, traz lapidar citação do seu diálogo com o Cristo advertindo que “só uma lei existe e sobreviverá aos escombros da inquietação do homem — a lei do amor, instituída por meu Pai, desde o princípio da Criação”.

 

Colunista
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