• 28/03/2024
11 Fevereiro 2022 às 15h38
Atualizada em 11/02/2022 às 15h39
Fonte de Informação: O tempo

Equipe de geólogos avalia cânions em Capitólio como ‘perigo muito alto’

Estudo de pesquisadores da Unesp foi iniciado nesta semana na cidade após um mês do deslizamento de rochas que provocou dez mortes
Imagem ilustrativa

Alvo de preocupação desde os deslizamentos de rochas que atingiram uma lancha e provocaram dez mortes, os cânions de Capitólio, na região Sul do estado, seguem fechados para o turismo desde a tragédia, há pouco mais de um mês. Nesta semana, uma equipe de geólogos da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), a pedido da prefeitura, iniciou um estudo sobre as condições do paredão. E as primeiras análises já apontam que há “perigo muito alto” por conta das características do local.

 

É o que adiantou o professor da Unesp, Fábio Reis, que coordena os trabalhos, ao jornal O Tempo. Os trabalhos em campo foram realizados a partir de duas frentes: uma de barco, pela água, com o mapeamento da região, e a segunda com uma escalada das rochas. “O maciço tem um comportamento geológico ruim em termos de estabilidade, com um perigo muito alto”, contou Reis. Conforme o especialista, a equipe deve soltar o relatório preliminar em até 30 dias.

 

“Já estamos em conversa com a prefeitura (de Capitólio) para fazer as orientações iniciais do que avaliamos nesta semana. Fizemos a coleta de dados e agora vamos para o escritório preparar o relatório”, explicou. Os geólogos também já estão em conversa com outros municípios que fazem parte do lago de Furnas – ao todo são 34 – para que vistorias sejam realizadas em outros cânions e cachoeiras. “Inicialmente, o foco é onde ocorreu o acidente, mas podemos expandir”, declarou. Essa é a primeira vez que um estudo dessa magnitude acontece na região.

 

O turismo no chamado ‘Mar de Minas’ ganhou fôlego há menos de dez anos, com a oferta dos passeios de lancha e também por veículos 4 x 4 nas principais atrações do entorno. Só em Capitólio, o setor já é responsável por 65% do PIB e nos feriados prolongados o município, que tem 4.000 habitantes, chega a receber até 20.000 pessoas. Em 2019, um decreto municipal trouxe regras para a navegação na região, principalmente nos cânions, e reduziu o tempo de permanência, além de limitar o número de barcos.

 

Novas regras para ampliar a segurança

Após a conclusão dos estudos, a expectativa da prefeitura é ter um mapeamento das áreas de maior risco, o que pode gerar novas normas para garantir a segurança e evitar tragédias como a de janeiro. Nesta semana, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo anunciou um projeto para retomar o setor na região, com investimentos de R$ 5 milhões no ordenamento, capacitações e promoção do destino.


“O objetivo é reposicionar o destino como seguro, para que o turista venha ao Mar de Minas. Temos os cânions, que estão sendo estudados, a Polícia Civil fazendo a investigação, mas também contamos com centenas de cachoeiras abertas e um lago imenso de água doce com mais de 80 km”, frisou o secretário Leônidas Oliveira na data.

 

Fonte: O Tempo

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