• 28/03/2024
02 Janeiro 2019 às 00h00
Atualizada em 05/05/2020 às 05h12

Mau Hálito

Mau hálito ou Halitose é o odor desagradável e, muitas vezes, repugnante do ar expelido pelos pulmões. Pode ter diversas causas, e varia com o período do dia e a idade da pessoa. É mais facilmente percebido por estranhos do que pela própria pessoa portadora da halitose.

 

            O mau hálito matinal não é, no entanto, considerado um problema, pois é fisiológico, presente em 100% da população. Ele acontece devido à leve hipoglicemia, a redução do fluxo salivar durante o sono, além do aumento da flora bacteriana anaeróbia. Esses microorganismos atuam sobre a descamação natural da mucosa bucal e sobre proteínas da própria saliva, gerando componentes de cheiro desagradável (chamados de compostos sulfurados voláteis ou CSV).

 

            Esta halitose matinal, no entanto, deve desaparecer após a higiene dos dentes (com fio dental e escova), da língua e após a primeira refeição da manhã; caso contrário, pode realmente ser considerada mau hálito.

 

Causas:

 

                A halitose pode ser causada por diversos fatores, bucais e não bucais, fisiológicos (que requerem apenas orientação) ou patológicos (que requerem tratamento).

 

            Dentre os fatores bucais, a causa mais comum é a higiene oral deficiente e consequente formação de saburra lingual. A higienização precária da língua (levando a formação de saburra), reentrâncias retentoras de alimentos, caseo amigdaliano, gengivite, periodontite, cáries dentárias, baixo fluxo salivar, são outras causas bucais importantes.

 

            A saburra é um material viscoso e esbranquiçado ou amarelado, que fica aderida ao dorso da língua, principalmente no terço posterior. A saburra equivale a uma placa bacteriana lingual, em que os principais microorganismos presentes são do tipo anaeróbios, os quais, conforme foi explicado para a halitose da manhã, produzem componentes de cheiro desagradável no final do seu metabolismo.

 

            Já as causas extrabucais mais frequentes são as doenças da orofaringe, pulmonares, digestivas, doenças hepáticas, perturbações do sistema gastrointestinal, diabetes, nefrite, tabagismo, doenças febris, deficiência de vitaminas A e D, prisão de ventre, estresse e causas desconhecidas. Também são fontes de mau cheiro bucal, as próteses mal adaptadas e as restaurações defeituosas. Hoje sabemos que o estômago tem pouquíssima participação na origem desse odor desagradável.

 

Consequências:

 

                A simples presença de mau hálito, apesar de não ter grandes repercussões clínicas para a pessoa, pode, na maioria das vezes, provocar sérios prejuízos psicossociais. Os mais comumente relatados são a insegurança ao se aproximar das pessoas, a depressão secundária a isso, dificuldade em estabelecer relações amorosas, esfriamento do relacionamento entre o casal, resistência ao sorriso, ansiedade, e baixo desempenho profissional, quando o contato com outras pessoas é necessário.

 

Diagnóstico:

 

                O diagnóstico é facilmente feito, pela história clínica e constatação do mau cheiro característico. Inicialmente deve-se tentar eliminar as possibilidades de causas fisiológicas e halitose secundária a outras doenças.

 

            A investigação inicial inclui o exame detalhado da boca, da língua e da parte dentária, em busca de sinais de higienização precária, gengivite e periodontite, além da saburra lingual.

 

            Hoje já existem, no entanto, métodos complementares que auxiliam este diagnóstico. Dentre eles está a sialometria (medida do fluxo salivar) e a halimetria. Esta última é conseguida através de um moderno e portátil aparelho que mede em partículas por bilhão, a quantidade dos compostos sulfurados voláteis presentes na boca. O halímetro permite uma avaliação da gravidade do problema, além do acompanhamento da evolução do tratamento e do diagnóstico de pacientes com halitose psicogênica.

 

Como se previne?

 

            A prevenção é a medida mais importante no caso do mau hálito, e acaba sendo a principal forma de tratamento. Deve-se ter cuidado com a alimentação e, principalmente, com a higiene bucal.

 

            No caso de tendência ao mau hálito, deve-se evitar carne gordurosa, fritura, repolho, brócolis, couve-flor, alho, cebola. Deve-se dar preferência ao leite desnatado e ao queijo branco ou ricota, evitar bebidas alcoólicas, fumo e medicamentos com cheiro acentuado. Evitar o jejum prolongado (deve-se alimentar de 3 em 3 horas).

 

            A alimentação rica em cenoura, maçã e outros alimentos fibrosos auxilia na promoção de uma limpeza dos dentes, na linha das gengivas.

 

            Uma boa frequência de ingestão de água (no mínimo 2 litros por dia) também é muito importante.

 

            A higiene bucal e lingual deve ser caprichada. Os dentes devem ser bem escovados após cada refeição e à noite, principalmente. A língua deve ser limpa com raspadores específicos, a cada escovação de dentes, para a eliminação da saburra. O uso de fio dental e a realização de bochechos com anti-sépticos bucais sem álcool melhoram significativamente este problema.

 

            Também pode ser feita uma estimulação da produção da saliva de uma maneira fisiológica, com gomas de mascar sem açúcar, gotas de suco de limão e saliva artificial.

 

            No entanto, consultas periódicas ao dentista são essenciais, principalmente para uma higienização profissional mais detalhada; única forma de remover eficientemente a placa bacteriana e o acúmulo de tártaro que se forma na região dos dentes e da gengiva.

Fonte: Bibliomed

 

 

 

Dr. José Donizetti Vieira

Cirurgião – Dentista

CROMG: 9475

Especialista em Odontologia Restauradora e Preventiva

Rua Donato Rocha, 346 – Centro - Arcos (MG)

Fone: (37) 3351-1086

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Colunista
Dr. José Donizetti Vieira

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CROMG: 9475
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