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Cães treinados ajudam na detecção precoce do Parkinson pelo olfato

Com faro apurado, cães britânicos identificaram sinais da doença de Parkinson apenas pelo odor da pele. A pesquisa aponta para novas estratégias de detecção precoce e abre possibilidades para métodos não invasivos na medicina.

A pesquisa intitulada “Trained dogs can detect the odour of Parkinson’s Disease” (tradução livre: Cães treinados podem detectar o odor da doença de Parkinson), financiada pela Fundação Michael J. Fox e pela Parkinson’s UK, evidenciou o “superpoder” de cães, estudado há anos. O estudo mostra que cães treinados conseguem perceber alterações químicas no sebo (aquela secreção oleosa da pele) em pessoas com Parkinson, antes que os sintomas apareçam. Um achado e tanto!

Hoje, segundo o Ministério da Saúde, ainda não há um exame específico que indique a presença da doença. O diagnóstico depende da análise de sintomas, histórico clínico do paciente e de exames neurológicos. E os sinais mais evidentes, como tremores, dificuldade para caminhar e rigidez muscular, geralmente aparecem quando os danos cerebrais já tomaram grande proporção. Por isso, identificar a doença mais cedo ainda é um desafio.

No estudo, publicado no Data.Bris, dez cães passaram por treinamento para reconhecer o odor característico da doença. Após quase um ano, dois deles, um Golden Retriever e um Labrador cruzado, atingiram o nível necessário para participar dos testes duplo-cegos, nos quais nem os treinadores, nem os cientistas sabiam quais amostras vinham de pacientes.

Os resultados foram promissores: um dos cães acertou 80% das amostras de pacientes e ignorou 98% das de controle. O outro teve sensibilidade de 70% e especificidade de 90%. Esses números indicam a existência de uma “assinatura olfativa” da doença; um conjunto de compostos químicos que altera o cheiro natural da pele.

A descoberta dialoga com relatos curiosos já conhecidos na comunidade científica. A escocesa Joy Milne, por exemplo, ficou conhecida como “a mulher que sente Parkinson” após perceber alterações no odor do marido dez anos antes do diagnóstico; o que gerava brigas entre o casal por comentários quanto ao cheiro do marido. Cheiro que ela só percebeu novamente em outros pacientes diagnosticados com a doença. Estudos posteriores confirmaram capacidade de sentir odores em níveis extremamente sensíveis (hiperosmia) e inspirou novas pesquisas com cães.

Apesar dos bons resultados, ainda não há previsão para o uso clínico dos cães em larga escala. Mas os pesquisadores acreditam que essa habilidade pode acelerar o desenvolvimento de testes laboratoriais e ajudar na triagem de casos iniciais. Como destaca a Parkinson’s UK: quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de uma intervenção eficaz e de preservar a qualidade de vida.

A pesquisa completa, com detalhes sobre o treinamento dos animais e dados demográficos dos voluntários, está disponível no repositório da Universidade de Bristol:

https://data.bris.ac.uk/data/dataset/2ffiar75hr0b82ottk9axxh44i.

 

Outras doenças que os cães conseguem detectar

Parkinson não é a única doença que os cães conseguem detectar. Um artigo do ano de 2018 publicado pelo The Guardian, indica outros quatro tipos de doença: malária, câncer de próstata, diabetes e câncer de mama.

Muitos estudos seguem essa trilha para a busca de qualidade de vida através do auxílio de outras espécies; pesquisas que prezam também a qualidade de vida e o bem-estar dos animais envolvidos.

A natureza reproduzindo um milagre é só mais um motivo para tratarmos os animais com o respeito e a dignidade que eles precisam e merecem.

 

Fontes de pesquisa:

Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde

University of Birstol

The Guardian

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