O medo de invasões e violência dentro das escolas é algo que aflige muitos pais, professores e alunos, tendo em vista tantas tragédias já ocorridas no Brasil e em todo mundo, onde pessoas invadem escolas, ferem e matam alunos e funcionários.
Porém, também há outro tipo de violência que muitas vezes é negligenciada pela sociedade, a violência na porta das escolas praticada entre alunos. Em Arcos, casos de bullying e agressões acontecem com certa frequência o que acaba gerando certa insegurança aos pais e ao aluno que é agredido de forma verbal ou física.
Nesta semana um caso chamou a atenção. A mãe de um menino de 15 anos, que estuda no período noturno fez o seguinte relato:
“Eu já fui na escola a primeira vez pois colocaram fogo no pescoço dele dentro da sala de aula com cigarro. Eles ficaram 20 dias suspensos, porém eles voltaram e já ficaram esperando meu filho na porta da escola. Não sei nem o que fazer, sabe aquela mãe sem força, sou eu. Meu menino trabalho o dia inteiro no sol com o pai dele chega quase 18h em casa, toma banho, vai para escola para chegar e me dar uma notícia dessa”.
Nas redes sociais o pai deste mesmo garoto chegou a relatar que os alunos esperaram ele na porta da escola e o agrediram. Ele foi encontrado desmaiado e com a cabeça toda machucada por outra pessoa, que o levou pra dentro da escola. Segundo o pai, a escola entrou em contato com ele informando o ocorrido, entrou em contato com a Polícia Militar para fazer Boletim de Ocorrência, e acionou outros órgãos responsáveis.
Ainda assim, em todo momento pai e mãe dizem não saber mais o que fazer pois ainda temem pela segurança de seu filho.
O que fazer nessas situações?
Para esclarecer o que deve ser feito nestas situações, ou antes mesmo delas acontecerem, a reportagem do Portal Arcos entrou em contato com a Polícia Militar de Arcos.
Primeiramente perguntamos sobre como é a ação da Polícia Militar nessas situações de agressões nas escolas. Em reporta, Sargento Jonas Otaviano disse que a PM age nessas situações de forma rigorosa dentro do que a lei determina, com providências policiais que vão desde orientações e advertências até apreensão de menores infratores ou prisão de autores envolvidos.
Perguntamos para a Polícia Militar quais são as consequências aplicadas aos agressores. Sargento disse que as penalidades acontecem conforme a Lei do Código Penal ou Estatuto da Criança e do Adolescente.
Questionamos também sobre qual é o papel da escola nestas situações. Em resposta, ele explicou que toda situação que possa vir a evoluir para o cometimento de um crime deve ser relatada de forma antecipada para a Polícia Militar.
“Informar, na íntegra, todos os casos de desvios de conduta que podem evoluir para cometimento de crimes. Se for o caso, a escola deve destinar apoio psicológico ao aluno e manter um diálogo aberto com os pais ou responsáveis”, ressaltou.
Para que após situações como estas os pais e o aluno possam se sentir seguros, ele disse que é importante que eles mantenham contato constante com a escola e instituições que podem ajudar, como o Ministério Público, Polícia Civil ou Comissário de Menores.
As escolas estão investindo em segurança?
Com tantos casos de violência escolar acontecendo no Brasil, em abril deste ano a União, estados e municípios juntamente com outros órgãos se uniram para desenvolver programas e ações para melhorar a segurança nas escolas.
Em Arcos, reuniões foram realizadas entre Governo Municipal, Câmara, escolas e polícia militar para decidir quais ações seriam desenvolvidas.
Ainda em abril um projeto do Executivo foi aprovado na Câmara Municipal com o intuito de repassar R$30 mil para a ampliação da segurança nas 13 escolas do ensino público municipal de Arcos. Com o valor repassado poderia ser colocado nas escolas: portas com detectores de metal; câmeras; vigilantes; concertina; interfones e o que mais for necessário para melhorar a segurança das crianças e dos profissionais da educação, nas escolas.
Após a criação e aprovação da Lei, se passaram alguns meses e o município não divulgou quais ações em prol da segurança das escolas já foram feitas. Por isto, no mês de julho a reportagem do Portal Arcos enviou alguns questionamentos sobre o assunto para a assessoria de comunicação da Prefeitura de Arcos.
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Em resposta, por meio da assessoria de comunicação, a secretária de Educação Sonia Zuquim nos informou que o valor já foi depositado nas contas dos caixas escolares e que as diretoras seriam as responsáveis pela execução financeira e prestação de contas.
Com relação a como já foi utilizado o dinheiro, ela entrou em contato com as diretoras, porém não obteve resposta. Com isso, apenas informou que já implementaram serviços de vídeo monitoramento, concertinas e serviços de segurança.
Perguntamos também se as escolas contam com porteiros ou seguranças na entrada. Em resposta, ela disse que não, e que os zeladores é que exercendo esta função.
Como está sendo feito o patrulhamento escolar?
Outro trabalho que também visa melhorar a segurança nas escolas é o programa Patrulha Escolar lançado pela Polícia Militar de Minas Gerais em 10 de abril deste ano.
A ação de natureza preventiva, visa antecipar a articulação entre polícia e comunidade, com o intuito de fortalecer a rede de proteção às unidades de ensino públicas e privadas em todos os municípios do Estado. Neste programa, a PM faz visitas às escolas, dando dicas de segurança e autoproteção e busca observar qualquer anormalidade nos locais.
Na cidade de Arcos, para dar sequência a este programa, no dia 07 de julho a Polícia Militar de Arcos e Formiga receberam uma viatura cada para serem utilizadas no serviço de Patrulhamento Escolar. Com isso, a reportagem do Portal Arcos entrou em contato com a Polícia Militar de Arcos para saber quais ações já estão sendo desenvolvidas no município por meio do programa. Veja abaixo:
Reportagem – Quando iniciaram os trabalhos da Patrulha Escolar em Arcos?
Sargento Jonas Otaviano PM Arcos – “O portfólio ‘Patrulhamento Escolar’ existe na PMMG há muitas décadas e esse trabalho sempre foi realizado de forma constante. Trata-se de um policiamento preventivo, com exibição de palestras, difusão de orientações a funcionários e patrulhamento pelas imediações das escolas, de forma a inibir crimes, como furtos e tráfico de drogas, entre outros. O que ocorre é que o portfólio tomou uma ampla visibilidade a partir de eventos de violência ocorridos em algumas escolas em várias partes do país nos últimos meses, gerando uma intensificação desse trabalho por parte da PMMG, que pode ser realizado por uma equipe própria (em cidades maiores, que contam com efetivo satisfatório para isso) ou mesmo pelos militares do policiamento ostensivo geral que estão no turno de serviço (em cidades menores).”
Reportagem – Após a entrega da viatura, como está sendo feito o patrulhamento das escolas em Arcos? O patrulhamento acontece em quais dias e horários? O patrulhamento é feito em todos os períodos de aula (manhã, tarde, noite)?
Sargento Jonas Otaviano PM Arcos – “O portfólio ‘Patrulhamento Escolar’ é feito em todos os dias do calendário escolar, independentemente da vinda de uma viatura caracterizada, com passagens periódicas das equipes de policiais militares do turno de serviço pelas imediações das escolas, em especial nos horários de entrada e saída dos alunos. Procuramos contemplar, dentro das nossas condições humanas, todos os turnos”.
Reportagem – A patrulha escolar que está sendo realizada em Arcos também servirá para coibir este tipo de violência?
Sargento Jonas Otaviano PM Arcos – “Sem dúvida, sim. Entretanto, vale lembrar que o policiamento escolar é somente um ‘braço’ do amplo trabalho de segurança pública, realizado 24 horas por dia, sete dias por semana, pela Polícia Militar em TODOS os 853 municípios de Minas Gerais”.
